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O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, anunciou nesta segunda-feira ter pedido ordens de prisão, por crimes contra a humanidade, para o ditador líbio Muamar Kadhafi, seu filho Seif al-Islam, e do chefe dos serviços de inteligência de seu regime, Abdallah al-Sanusi. "Com base nas provas obtidas, o escritório do promotor pediu à Câmara Preliminar Nº1 que emita ordes de prisão Muamar Kadhafi, Seif el-Islam e Abdallah al-Sanusi", declarou Moreno em uma entrevista coletiva em Haia, onde fica a sede do TPI.

Os juízes do TPI podem decidir se aceitam o pedido do promotor, rejeitam ou solicitam informações adicionais. "As provas recolhidas mostram que Muamar Kadhafi comandou pessoalmente os ataques contra civis líbios não armados", disse o argentino Ocampo. "Seu filho Seif al-Islam é o primeiro-ministro de fato", acrescentou. "Abdallah al-Sanusi é seu braço direito e ordenou pessoalmente alguns ataques", completou o promotor.

O promotor do TPI abriu uma investigação em 3 de março por crimes contra a humanidade cometidos na Líbia desde fevereiro contra oito personalidades líbias, entre elas Kadhafi e três de seus filhos. Desde então, o escritório do promotor efetuou 30 missões em 11 países. Foram examinados mais de 1.200 documentos, incluindo vídeos e fotografias. Também entrevistaram 50 pessoas, algumas delas testemunhas oculares. Mas a equipe do promotor não interrogou testemunhas na Líbia, para não colocá-los em risco.
 
Uma equipe de cinco membros do escritório do promotor concluiu no domingo um expediente de 74 páginas, com cinco anexos, com os detalhes do relatório apresentado para solicitar a ordem de prisão. Desde o início da rebelião na Líbia em meados de fevereiro, milhares de pessoas morreram, segundo Ocampo. Quase 750.000 pessoas fugiram do país, de acordo com a ONU.