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Os dados do voo AF447 Rio-Paris, que caiu no Oceano Atlântico em 2009 com 228 pessoas a bordo, estão intactos nas caixas-pretas recuperadas e poderão ser utilizados, anunciaram as autoridades de aviação francesas nesta segunda-feira (16).

O Bureau de Investigação e Análises (BEA) indicou que "os dados íntegros” contidos nas duas caixas-pretas que registram os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos poderão ser compilados.
 
O organismo, entretanto, destacou que a análise das duas caixas-pretas – que permaneceram 23 meses submersas no fundo do mar – "durará várias semanas", e que "um relatório público será divulgado" ainda entre junho e setembro. As duas caixas-pretas, que chegaram na quinta-feira passada à França acondicionadas em tanques d’água, conservam dados cruciais para esclarecer o que provocou a tragédia do AF447, na qual 228 pessoas morreram.
 
Corpos
 
A Justiça francesa decidiu que os corpos das vítimas do voo Rio-Paris que estiverem muito degradados não serão resgatados, segundo uma carta enviada às famílias das vítimas. "Para preservar a dignidade e o respeito das infelizes vítimas e daqueles que as choram, tomamos a decisão de não retirar os corpos muito alterados", indicam os juízes parisienses Sylvie Zimmermann e Yann Daurelle.
 
Devido a essa decisão, "decidiu-se retirar apenas dois corpos em diferentes estados de conservação com o objetivo de determinar se podem ser identificados ou não depois de terem permanecido tanto tempo no fundo do oceano", segundo os magistrados. 
 
No final de semana passado, dois corpos de vítimas do voo Rio-Paris da Air France, que caiu no Atlântico em junho de 2009, foram recuperados entre os restos do avião, a uma profundidade de 3.900 metros. "Ao contrário de algumas declarações públicas, divulgadas por alguns meios, devem saber que os restos mortais das vítimas que estão no fundo estão inelutavelmente em um estado degradado após o choque particularmente violento, devido ao tempo transcorrido e ao entorno", prosseguem.
 
Os juízes que escrevaram a carta insistem também no fato de que "a retirada para a superfície é necessariamente mais um fator para a degradação". "Em consequência disso, só resgataremos as vítimas que possam ser entregues de forma decente às famílias, com a condição de que possam ser identificadas", advertem. O voo AF447 Rio-Paris caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009 com 12 tripulantes e 216 passageiros.


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