Última cidadela dos mensalistas
O relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), tornou-se a última esperança dos envolvidos no escândalo do valerioduto. Relatores e presidentes das outras comissões (as CPIs dos Correios e dos Bingos), mesmo aqueles considerados governistas, já estão abandonando o barco. Na CPMI dos Correios, o presidente, Delcídio Amaral (PT-MS), é tido como independente demais; o relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), idem. Na dos Bingos, o presidente, Efrahim de Moraes (PFL-PB), sempre fez oposição ao governo, mas o relator, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), era alinhado ao Planalto. Só que Garibaldi resolveu assinar o manifesto de criação do chamado “Novo Grupo Autêntico do PMDB”, que se declarou em oposição. Também assinou o manifesto o presidente da CPMI do Mensalão, ex-ministro Amir Lando (PMDB-RO). Resultado: só sobrou Abi-Ackel, que por sinal recebeu dinheiro da SMP&B, do publicitário Marcos Valério. A aposta dos mensalistas é que Ackel não poderá pedir a cassação de quem, como ele, também recebeu.

Outro em retirada
Ex-ministro de Lula, o deputado Eduardo Campos (PSB-PE) (foto) estava fechado com o PT antes do escândalo do mensalão. Agora que entrou água no barco petista, Campos lançou-se candidato ao governo de Pernambuco. Os postulantes do PT – o ex-ministro da Saúde Humberto Costa e o prefeito do Recife, João Paulo –, se quiserem, que o apóiem.
 
 
Bandeira branca
Logo depois da célebre entrevista em que rebateu, no domingo 21, as acusações de ter criado um mensalinho para o PT de Ribeirão Preto, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não largou o telefone. Ligou a quase todos os governadores pedindo freio na fúria investigatória de suas bancadas. Com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi direto ao assunto: “E aí, fui bem?”

Prazo para Jobim
A cúpula do PMDB recuou e decidiu adiar para março as prévias para a escolha do candidato do partido a presidente da República. Os aliados do presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim (foto), protestaram contra a fixação em dezembro do prazo-limite de inscrições para as prévias. Como magistrado, Jobim pode se desincompatibilizar até o ano que vem.
 
 
Serra costura alianças
Em sua nada sutil campanha para presidente da República, o prefeito de São Paulo, José Serra, andou sondando o presidente do PPS, Roberto Freire. Serra quer que o PPS o apóie. Em troca, levará o PSDB do Rio para a campanha da deputada Denise Frossard (PPS) ao governo do Estado.
 
 
Rápidas

• Pesquisa de opinião que circula no Palácio do Planalto aponta o governador Roberto Requião (PR) como um dos mais bem avaliados do País. Ciente disso, ele decidiu concorrer às prévias do PMDB.

• Na vaga de garagem, em Brasília, do ministro-chefe da Coordenação Política, Jacques Wagner, tem sido visto estacionado um belo jipe Land Rover. Para falta de sorte do ministro, na mesma cor do que pertencia a Silvinho Pereira.

• Outro governista já prepara as pontes para dialogar com a oposição. Trata-se do deputado e ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (PMDB). Ele está de almoço marcado para esta semana com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

• Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros, como o líder do PMDB na Casa, Ney Suassuna, tentam convencê-lo a adotar uma postura mais independente em relação ao governo. Isso se Renan quiser disputar as prévias do seu partido.

• O quadro para 2006 está tão complicado que o PSB já se aproxima do PDT. Os socialistas pensam na hipótese de encararem as próximas eleições numa aliança com brizolistas e o PCdoB.