12/05/2011 - 11:56
A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos planeja mostrar a alguns legisladores americanos as fotos do cadáver de Osama Bin Laden, morto em uma operação militar americana no dia 2 de maio, no Paquistão, revelaram fontes do Legislativo.
Dutch Ruppersberger, de Maryland, legislador democrata que integra o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, irá na quarta ou na quinta-feira à sede da CIA, em Langley, Virgínia, para ver as fotos, informou seu porta-voz Heather Molino.
O presidente do Comitê de Inteligência, Mike Rogers, representante de Michigan, viu as fotografias de Bin Laden no mesmo dia da morte do líder da Al-Qaeda. Já o senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain disse a um jornalista que não tem a intenção de ver as fotos: "já vi pessoas mortas demais na minha vida".
Assassinato ou legítma defesa?
O procurador-geral (secretário de Justiça) dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou nesta quinta-feira que a ação que matou Osama Bin Laden não foi um assassinato, e sim um ato de legítima defesa nacional, e que a rendição do líder terrorista teria sido aceita se existisse a possibilidade. "O que aconteceu a Bin Laden não foi um assassinato. A operação aconteceu para evitar vítimas civis", afirmou Holder à BBC.
"Sua rendição teria sido aceita se fosse possível, mas iríamos arriscar colocar em risco a vida dos corajosos SEALS (os membros do comando das forças especiais americanas que executaram a operação)", afirmou à rádio britânica. "Foi um ato de legítima defesa nacional", completou. O procurador-geral destacou que nada permitia acreditar que o líder da Al-Qaeda se entregaria e que era possível que vestisse um colete com explosivos.
"Era uma missão para matá-lo ou capturá-lo. Se houvesse a possibilidade de uma rendição, teria acontecido. Mas tínhamos, sobretudo, em mente a proteção das forças que entraram no complexo", afirmou Holder. "Era um homem que havia jurado nunca ser capturado vivo e havia indicações de que poderia usar um colete explosivo e de que poderiam existir armas no quarto em que estava", destacou.
Bin Laden, o homem mais procurado do mundo desde os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, foi morto por um comando especial das forças americanas em 2 de maio na cidade paquistanesa de Abbottabad, onde se acredita que viveu durante vários anos.
Os filhos de Bin Laden denunciaram o "assassinato arbitrário" do pai e consideraram "degradante e humilhante" para a família que o corpo tenha sido jogado no mar. Em um comunicado enviado ao The New York Times, eles questionam por quê o pai "não foi detido e julgado para que os povos do mundo conhecessem a verdade".