Evento
Mostra Sesc de Artes Mediterrâneo (Unidades do Sesc, São Paulo, até 28 de agosto) – Já entrou para o calendário cultural paulistano a maratona de eventos que este ano se centra nos países banhados pelo mar Mediterrâneo. Ao todo, são 163 atrações de 18 países numa agitada programação de música, dança, teatro, cinema, literatura, artes visuais, tecnologia, gastronomia e moda. Na agenda de shows, um dos destaques é o grupo espanhol Macaco (dias 19 e 20, na Choperia do Sesc Pompéia), liderado pelo catalão Macaco El Mono Loco, à frente de 11 músicos de diferentes etnias. Outra pedida é a peça italiana Cinema cielo (dias 26, 27 e 28, no Sesc Belenzinho), do grupo Emilia Romagna Teatro, de Modena. Na trama – inspirada no escritor francês Jean Genet e no teatro de Tadeuzs Kantor –, quatro atores se alternam nos papéis de marginais, travestis e solitários, no espaço de um decadente cinema pornô. (Ivan Claudio)

Cinema
Casa vazia (Em cartaz em São Paulo na sexta-feira 26) – Um dos pólos da renovação do cinema asiático, a Coréia do Sul tem revelado nomes díspares como Park Chan-wook, diretor do violento Old boy, e Kim Ki-duk, autor desta curiosa história, bem mais urbana que o seu título anterior, Primavera, verão, outono, inverno… e primavera – mas não menos zen. Passado numa modernosa metrópole oriental, o filme acompanha o cotidiano de Tae Suk (Hyun-Kyoon Lee), um distribuidor de cardápios de comida delivery que tem o hábito de invadir as casas e apartamentos de clientes em viagem e lá acampar por alguns dias. Numa de suas aventuras, conhece Sun-hwa (Seung-yeon Lee), uma mulher vítima de violência doméstica, por quem se apaixona. O périplo da dupla pelas casas vazias do título consegue envolver o espectador. O único problema é sair do filme sem saber se Kim Ki-duk quis fazer um filme mudo ou se os seus personagens realmente engoliram a língua. (Ivan Claudio)

Discos
The secret migration, com Mercury Rev (Sum Records) – As cinzas do rock progressivo continuam quentes no mais recente trabalho do trio americano Mercury Rev. Uma das grandes atrações do Curitiba Rock Festival, que acontece na capital paranaense no final de setembro, a banda de Buffalo, no Estado de Nova York, começou bem barulhenta. Mas, com o tempo, foi se tornando mais e mais psicodélica. Esse sexto trabalho lembra um pouco o som do também fantasioso Flaming Lips, grupo do qual participou o vocalista Jonathan Donahue. Não bastassem as letras viajantes, as melodiosas músicas do grupo vêm embaladas por piano e muito teclado, bem de acordo com a capa neo-hippie. Para não soar passadista, a crítica costuma classificar o seu som de space rock, dream pop e outros rótulos parecidos. Dá no mesmo. É uma trilha perfeita para quem tem saudade de Genesis ou Pink Floyd. (Ivan Claudio)