Nelson Jobim quer ser candidato
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, anda fugindo dos holofotes, mas não está alheio à crise. Tem conversado com políticos de todos os partidos com a seguinte avaliação: não há elementos jurídicos nem políticos para o impeachment do presidente Lula. Funciona como uma espécie de bombeiro e ainda se credencia como figura de trânsito em todas as legendas. A tese de Jobim é que os políticos têm que esquecer essa história de impeachment e se preparar para 2006. E é isso que ele próprio está fazendo nas conversas mais reservadas ainda, com a turma de seu velho partido, o PMDB. Deixou claro a alguns peemedebistas que não descarta a hipótese de ele mesmo concorrer à Presidência em 2006. Como membro do Judiciário, teria até abril para se filiar. A atual cúpula do PMDB não gostou e, em pânico, decidiu estabelecer o mês de dezembro como limite para inscrição dos que querem concorrer às prévias do partido: Jobim ainda não estaria filiado e, portanto, ficaria fora da disputa. Mas
ele ainda pode contra-atacar, antecipando sua saída do STF.

Candidato indireto
Político enxerga maldade em tudo. O entusiástico discurso em defesa do presidente Lula que o senador José Sarney (foto) fez na tribuna esta semana está sendo visto como lançamento de sua candidatura. É que, em caso de afastamento de Lula e do vice, José Alencar, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, teria que convocar eleições indiretas em 30 dias. Sarney seria um forte candidato no voto dos parlamentares.
 
 
Lula contra-ataca
O presidente da República deu ordem explícita ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci: quer a liberação de R$ 8,74 bilhões para o programa Bolsa-Família no ano eleitoral de 2006, atendendo 11,2 milhões de famílias. A previsão até o final de 2005 é que sejam aplicados no programa R$ 6,5 bilhões para 7,3 milhões de famílias.

Bar Brasil
Líder do governo no Senado e candidato a governador de São Paulo, o petista Aloizio Mercadante (foto) está irritadíssimo com o estrago que Delúbio, José Dirceu e companhia causaram à imagem do PT. O mínimo que diz do grupo é o seguinte: “Incompetentes. Eram donos de botequim tomando conta de uma grande rede de supermercados. Fizeram uma enorme lambança.”
 
 
A volta do Banestado
O ex-presidente da CPI do Banestado senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) está articulando com o senador Pedro Simon (PMDB-RS) o desenterro das informações daquela comissão. Prepararam requerimento anexando à da CPMI dos Correios a base de dados sobre o Banestado.
 
 
Rápidas

• Na terça-feira 16, um carro negro do Senado, placa número 13, parou em frente ao hotel Naum de Brasília. Desceu uma louraça estonteante, velha conhecida dos funcionários da portaria.

• Segundo a listagem oficial do Senado, o carro de chapa número 13 é usado pelo senador Walmir Amaral (PP-DF). Ele é conhecido em Brasília pelas festas de arromba que costuma promover, com morenas e louras no padrão da que apareceu no Naum.

• Mal assumiu, o novo ministro das Cidades, Márcio Fortes, já avisou ao Planalto: por conta dos atrasos nos repasses da Fazenda, não conseguirá gastar os parcos R$ 300 milhões que seu antecessor, Olívio Dutra, conseguiu colocar no Orçamento.

• Os ministros do Planalto Jacques Wagner (Coordenação Política) e Dilma Rousseff (Casa Civil) foram instruídos pelo presidente a ficar de olho no colega Antônio Palocci. Lula quer que o ministro da Fazenda pare de reter as verbas do Orçamento.

• Esta é para quem pensa que o deputado José Dirceu não é prevenido. Quando ministro-chefe da Casa Civil, ele proibiu a distribuição de cartões de crédito corporativos entre os funcionários de sua pasta.