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MODERNO
A tampinha tem mais aceitação no Novo Mundo

Quem tem por hábito beber vinho já reparou: é cada vez maior no mercado a quantidade de garrafas que contam com a screwcap – em bom português, tampa de rosca, que são cápsulas feitas de alumínio. “No Brasil, a aceitação começou a ser maior de cinco anos para cá”, atesta Rodrigo Mainardi, gerente de marketing da importadora Mistral. Ainda é cedo para saber, é possível que, no futuro, rolhas tradicionais de cortiça só sejam encontradas em vinhos especiais, que podem ficar guardados por muito tempo e feitos por grandes vinícolas. “Em 30 anos, a tampa de rosca vai ser regra”, arrisca Ricardo Farias, presidente da Associação Brasileira de Sommeliers.

No Exterior, o uso das screwcaps começou a ser difundido há pouco mais de dez anos nos países do Novo Mundo – Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Nas nações produtoras tradicionais, ainda há resistência, mas França, Itália, Portugal e Espanha já fabricam vinhos com essas cápsulas. Hoje, as tampas de rosca rivalizam com fechos alternativos, como rolhas de silicone e de vidro (as comuns ainda são maioria absoluta).

Apesar da crescente aceitação, as virtudes da tampa de rosca ainda são controversas. Para muitos, ela se presta bem a vinhos brancos e rosados que podem ser bebidos jovens, mas não para tintos de longa guarda. “O vinho evolui lentamente graças à entrada de oxigênio pelos microporos da cortiça. Na tampa de alumínio isso não é possível”, diz José Grimberg, sócio da loja Bergut, no Rio de Janeiro. Porém, segundo Otávio Piva Filho, diretor da importadora Expand, a evolução é boa mesmo com o vinho hermeticamente fechado pela tampa de rosca. “Há quem diga que menos oxigênio até favorece”, afirma.

A grande vantagem é que, ao contrário da cortiça, ela não pode ser contaminada por fungos. E os custos são menores. A maior perda é no charme: afinal, abrir uma garrafa desenroscando a tampa é prático, mas jamais será tão glamouroso quanto sacar a rolha com um leve estampido.

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