PMDB ou PSDB?
Hoje o PT e o PSDB estão em pé de guerra, mas não está inteiramente descartada, dentro do Palácio do Planalto, uma aproximação com os tucanos. O raciocínio é simples: se o PMDB não acertar o apoio ao governo no Congresso, não haverá outra saída para Lula que não seja negociar com o PSDB. Mesmo que seja apenas em torno da governabilidade, passando pela definição de projetos específicos, que seriam aprovados com o apoio dos tucanos no Congresso. As pontes já começam a ser acionadas. O governador do Acre, Jorge Viana, o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, e o deputado Sigmaringa Seixas são três dos petistas mais próximos do tucanato. Eles têm pedido a seus amigos do PSDB um pouco de moderação para que não se fechem canais de diálogo no futuro. Jorge Viana e Marcelo Déda estavam cotadíssimos, até a sexta-feira 17, para substituir Aldo Rebelo na coordenação política do governo. Uma idéia tentadora para Lula, mas que desagrada ao PT de São Paulo (portanto, a cúpula nacional do partido), que estava defendendo junto ao presidente simplesmente a extinção do cargo de coordenador político.

Fogo em Lula
O PFL organizou um Congresso Nacional com poderes de convenção, na quinta-feira 16. Discutiu se a estratégia do partido deve ser a de continuar atacando o governo, em geral, ou passar a centrar fogo na figura de Lula. Venceu a proposta do líder no Senado, José Agripino (foto): “artilharia total no presidente, e ponto final!”
 
 
Quem pagou?
As estrelas do programa eleitoral gratuito do PSDB foram Geraldo Alckmin, Aécio Neves, José Serra e FHC, que travam uma guerra surda dentro do partido pela candidatura a presidente em 2006. Mas as cenas em que Alckmin apareceu estavam tão bem acabadas, do ponto de vista estético, que ficou no ar a impressão de que foi o governador de São Paulo quem pagou o programa.

Novo escândalo
O governador do Paraná, Roberto Requião (foto), tem dito que está para estourar um escândalo maior do que o dos Correios. E aponta o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Requião afirma que já tem o dinheiro para fazer, por um terço do preço original, as obras de ampliação do porto de Paranaguá, “mas o DNIT, estranhamente, não deixa”.
 
 
Velha briga
Sabe por que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso torce o nariz cada vez que se fala em Geraldo Alckmin como candidato a presidente? É que ele soube que o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) encontrou o governador de São Paulo para oferecer o apoio de seu partido.
 
 
Rápidas

• Delúbio, José Dirceu e companhia estão comandando pessoalmente uma operação para retirar do PTB 25 deputados federais. Pretendem transferi-los para o PL, o PP e o PMDB. Juram que é sem mensalão.

• José Dirceu está calado, não quer briga agora com o poderoso ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Mas, no PT, os amigos de Dirceu lembram que Delúbio Soares foi tesoureiro da campanha quando ela era coordenada por Palocci.

• O senador Cristovam Buarque (PT-DF) foi um dos políticos que mais vibraram com a saída de José Dirceu do governo. Mas a festa durou pouco. Na mesma quinta-feira 16, foi derrotada nas eleições da UnB a chapa que ele apoiou para a reitoria.

• O presidente do PMN do Ceará deu entrevista a um jornal local com repercussão nacional. Afirma que o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) negocia a filiação de seu grupo ao partido. E tornar o PMN (acredite!) uma legenda de esquerda.

• Mais uma do pacote de reação do governo à crise: o presidente Lula determinou que se acabe com os apadrinhamentos políticos nas agências reguladoras. Agora só entra técnico na Aneel, Anatel e ANP.