A hora da guerra interna no PMDB
Disposto a empurrar com a barriga a crise na base aliada, o presidente Lula resolveu tentar tirar do seu partido, o PT, o papel de protagonista da encrenca no noticiário. Lula quer desviar o foco da crise para o PMDB. Para isso, aproveitou o encontro que teve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na quinta-feira 2. Renan, considerado governista, disputa o controle do partido com a chamada ala oposicionista, comandada pelo presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP). “Está na hora de sabermos quem é aliado e quem não é”, disse Lula a Renan, acenando com uma mobilização maciça do governo sobre o partido para fortalecer o grupo de Renan e isolar a turma de Temer. É tudo o que o presidente do Senado queria ouvir. Ele tem reclamado há muito com o Palácio dos acenos do ministro José Dirceu para o grupo de Temer, argumentando que isso o desautorizava como interlocutor do governo junto ao partido. Agora que Lula prometeu se mexer, Renan acha que está pronto para a guerra.

Sem papo de reforma
Lula temia, no encontro com Renan Calheiros (foto), que o presidente do Senado viesse com conversa de reforma ministerial. Para evitar que o senador puxasse o assunto, o presidente chamou para a conversa o ministro-chefe da Coordenação Política, Aldo Rebelo, um dos cotados para mudar de Pasta. Sem graça, Renan não tocou no tema.
 
 
Na contramão da cúpula
Tudo bem, Marta Suplicy agora está disposta a aceitar o PMDB em sua chapa ao governo de São Paulo, conforme noticiado nesta coluna. Mas ela fez questão de informar a ISTOÉ que não abre mão do ex-marido, Eduardo Suplicy, como candidato ao Senado. Mesmo depois que o senador assinou o requerimento de convocação da CPI dos Correios.

Mão boba
O ex-presidente José Sarney ficou entusiasmado ao reencontrar-se com a Musa das Diretas, a cantora Fafá de Belém (foto), numa recepção em Brasília. Tão entusiasmado que quase cometeu uma gafe…
 
 
A vingança de Maia
O prefeito do Rio, Cesar Maia, está irritado com os tucanos porque acha que eles não estão sendo solidários na crise dos hospitais com o governo federal. Maia está tão irritado, tão irritado que resolveu entrar de cabeça no lançamento da candidatura do pefelista Guilherme Afif Domingos a governador de São Paulo.
 
 
Rápidas

• O governo federal já descobriu a identidade dos arapongas que gravaram a fita da propina dos Correios. Os nomes só não foram divulgados porque o interesse agora é saber quem foi o mandante.

• Não convidem para o mesmo poleiro os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. O governador de São Paulo jura que está sendo passado para trás pelo prefeito, na disputa pela vaga de candidato a presidente da República em 2006.

• Aloizio Mercadante entrou de cabeça na Operação Abafa-CPI. Mas vai cobrar a fatura da cúpula do PT na escolha do candidato ao governo de São Paulo. Tem lembrado aos companheiros do Palácio que a ex-prefeita Marta Suplicy não deu um pio.

• Duro na queda foi o deputado Osório Adriano (PFL-DF). Recebeu telefonemas do governador de Brasília, Joaquim Roriz, e do ministro José Dirceu pedindo que retirasse a assinatura da convocação da CPI dos Correios. Osório não cedeu.

• No acordo de compra da Varig, a Transportes Aéreos Portugueses (TAP) vai ficar com apenas 20% da empresa brasileira. Mas com uma condição: caberá à empresa aérea portuguesa o controle da gestão.