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As fotos ainda não divulgadas da morte de Osama bin Laden são "inflamatórias", afirmou nesta terça-feira (2) o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Ele argumentou que o teor das imagens é muito forte, razão pela qual o governo dos Estados Unidos ainda não chegou a uma decisão sobre liberar ou não as fotografias feitas na mansão de Bin Laden em Abbottabot. Muitos pedem a divulgação das imagens como prova definitiva da morte de Bin Laden, apesar de um teste de DNA ter confirmado com 99,9% de certeza que o homem morto no domingo era o terrorista saudita.

Na coletiva, concedida em Washington, Carney voltou a comentar que soldados que realizaram o ataque enfrentaram uma "consistente" resistência durante a operação. Explicando a ação das tropas no Paquistão, cuja operação terminou na morte do terrorista, ele igualmente indicou que Bin Laden não estava armado, mas que houve uma forte troca de tiros com as pessoas que se encontravam na mansão. Ele confirmou que a mulher de Bin Laden estava no primeiro andar da mansão, e acabou baleada na perna. Para Carney, as tropas fizeram um "extraordinário" trabalho ao garantir que muitos saíssem de lá vivos ou somente feridos.

Após um dia de muitas declarações sobre o papel do Paquistão na situação de Bin Laden, Carney admitiu haver "diferenças" entre as condutas políticas do Estado asiático e os Estados Unidos, mas garantiu ser o governo paquistanês um importante aliado dos norte-americanos. "Trata-se de uma relação complicada, mas importante. O Paquistão é um parceiro-chave na luta contra o terrorismo", afirmou. Cerca de dois dias após a morte do terrorista, muito se discute, por um lado, sobre a ação dos EUA sem o aval paquistanês, e, de outro, sobre a suposta falha dos serviços de inteligência de Islamabad em terem permitido Bin Laden passar por tanto tempo despercebido no país.

Carney aproveitou para elogiar o presidente Barack Obama, cujo trabalho tem sido "realmente memorável". Em meio às investigações sobre Bin Laden e tomada de decisão, Obama esteve recentemente no Alabama, região devastada por uma violenta série de tornados que deixou centenas de mortes. O sul dos Estados Unidos também vive a tensão da votação de leis contra a reforma migratória. O porta-voz frisou os eventos de domingo, afirmando ser a morte de Bin Laden uma "realização americana", e não meramente de republicanos ou democratas. Foi, segundo ele, uma prova de o que a sociedade americana alcança "quanto trabalha conjuntamente". "(O feito de domingo) definitivamente demonstra parte de quem nós (os americanos) somos."

Morte

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden – o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.