Eleições municipais: guerra entre aliados
Principal opositor ao PT e ao governo dentro do PMDB, o deputado Geddel Vieira Lima (BA) aposta que a lua-de-mel entre seu partido
e o presidente Lula acaba assim que os peemedebistas se derem conta das eleições municipais do ano que vem. De fato, tanto o
PT como o governo Lula já estão se preparando para as próximas eleições. A avaliação é que o resultado das urnas em 2004 é fundamental. Até mesmo para se continuar com a economia do
país sob controle. Além disso, 2004 é visto como prelúdio da eleição presidencial de 2006. Ou seja, da reeleição de Lula. O PT aposta
que vai dobrar o número de prefeitos nas capitais (de 8 para 16).
Os cofres do partido estão cheios: a arrecadação mensal supera
o R$ 1 milhão, quase 10 vezes mais que a média do ano passado – consequência do emprego em massa de militantes na administração federal. Os petistas querem chegar a dezembro com mais de 3 mil diretórios plugados em uma rede de informações on line. Também projetam quase duplicar as representações municipais, estruturando-se em 90% dos 5.658 municípios brasileiros.

Guerra de titans

O Congresso brasileiro, um dos mais antigos do mundo, vai comemorar este ano seus 180 anos de existência, com um megashow do rei Roberto Carlos, no dia 14 de novembro. Toda a campanha do aniversário está sendo preparada pelo velho comandante da campanha presidencial de FHC, Nizan Guanaes, que foi convidado por José Sarney e João Paulo Cunha. Nizan programa uma apoteose de fazer inveja a Duda Mendonça nas comemorações do 7 de setembro.

Sucessão baiana

Geddel Vieira Lima anuncia que é pré-candidato a prefeito de Salvador pelo PMDB. Mas, ao encontrar-se com o líder do PFL, José Carlos Aleluia, num restaurante de Brasília, ameaçou abrir mão da disputa: “Se você for candidato a prefeito, eu não só desisto da minha candidatura como vou trabalhar pela união das oposições na Bahia em torno de seu nome.”

Piadinha no Palácio

Avaliando questão por questão e conferindo respostas falsas
e verdadeiras, o sem-diploma Luiz Inácio Lula da Silva acha que
o ministro da Educação, Cristovam Buarque, não está com boa
nota no provão do Ministério.

O acordo com o FMI

Nas negociações com o FMI, além de retirar os investimentos das empresas estatais da contabilidade do superávit primário, o governo
Lula vai tentar excluir as futuras emissões dos Títulos da Dívida Agrária (TDAs) do perfil da dívida pública interna. Tais títulos têm prazo de
dez anos para resgate e um objetivo social relevante e emergencial.
O governo também que mudar o limite de endividamento dos municípios em pelo menos R$ 200 milhões. Se conseguir, poderá anunciar a
abertura dos cofres da Caixa Econômica Federal a dois terços dos
5.658 municípios brasileiros para programas federais como o de
habitação popular e saneamento.

Temporada de lobbies

O Senador Hélio Costa recebeu o apoio previsível do lobby das Organizações de Roberto Marinho. Um graduado diretor da Globo visitou esta semana o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros,
e deixou claro a preferência da emissora pelo nome de Hélio Costa, caso a pasta seja a das Comunicações. Por outro lado, Renan e José Sarney, presidente do Senado, não querem entregar a pasta ao mineiro. Ou seja, ele só vai se o lobby da Globo vencer no Planalto.

Rápidas

• O PT vai começar uma campanha de filiação em massa para inscrever um milhão de simpatizantes. Grande parte, recrutada nas classes C, D
e E, redutos dos partidos conservadores.

• Deve-se esperar, portanto, um crescimento da influência dos núcleos municipais do Partido dos Trabalhadores no direcionamento dos recursos federais destinados aos municípios.

• As mais recentes pesquisas sugerem que o PT vive uma etapa ótima, com taxa média de rejeição de 12%, bem menor que três anos atrás quando 33% dos eleitores eram avessos ao partido.