13/04/2005 - 10:00
Sushi e frango xadrez
O cosmos é a nova arena de disputa dos gigantes asiáticos. A China colocou seu primeiro astronauta em órbita em outubro de 2003. Na semana passada, a agência espacial japonesa Jaxa contra-atacou. Revelou seu ambicioso plano de usar a Lua como base para exploração de outros planetas, a partir de 2025. A missão japonesa visa extrair minérios do subsolo e produzir hidrogênio para combustível usando a água dos pólos da Lua. Enquanto isso, sem verba, os EUA devem aposentar a Voyager, missão que mais longe nos levou nos confins do Universo.
Visão biônica
O olho biônico está cada dia mais perto. Uma nova prótese foi criada por Gislin Dagnelie, da Universidade Johns Hopkins (EUA), que espera iniciar em um ano os testes com humanos. O implante é uma minicâmera de vídeo presa aos óculos e ligada a
um chip que traduz as imagens em impulsos elétricos para o cérebro. Com o olho biônico, um cego que sofre de degeneração na retina poderia até reconhecer rostos, diz o professor.
Balanço bom
Já imaginou mudar de estação ou de música fazendo um pequeno balanço com a cabeça? E que tal fazer o mesmo para selecionar as funções no celular? Pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Grã-Bretanha, estudam formas de controlar os aparelhos eletrônicos usando gestos, sons e os movimentos dos olhos. O Japão, claro, foi pioneiro. No mês passado, a Sharp lançou o V603SH, um celular que responde ao movimento. A idéia é deixar as mãos livres enquanto se fala.
Matusalém
O mistério sobre nosso ancestral mais antigo pode estar perto do fim. O fóssil conhecido como Toumaï é mesmo a mais antiga espécie de hominídeo conhecida, com sete milhões de anos. Foi o que demonstrou o francês Michel Brunet na revista Nature, na qual ele analisa a reconstrução em 3D do crânio do Sahelantropus tchadensis, que ele e a equipe acharam no deserto do Chade, na África, em 2001. Como é comum, os paleontólogos duvidaram do achado no início. Disseram que o tesouro de Brunet não passava da ossada de um gorila.
Esperança
Cientistas da Universidade de Leipzig, na Alemanha, dizem ter criado o mais sensível sistema de diagnóstico de câncer, que usa só 50 células. Josef Käs e Jochen Guck levaram vários anos para criar o teste que funciona como um tensor óptico capaz de avaliar a força física das células e determinar o estágio do câncer, em especial na primeira recidiva.
Primatas em perigo
A lista dos 25 primatas mais ameaçados do planeta acaba de ser atualizada pela União Mundial da Natureza (IUCN). Uma a cada quatro espécies de macaco corre risco de extinção. No Brasil, a Mata Atlântica tem a situação mais crítica. São 24 espécies de primatas, das quais 15 estão ameaçadas e três constam desta lista internacional: o mico-leão-de-cara-preta, o macaco-prego-de-peito-amarelo e o muriqui-do-norte.
As engrenagens que promovem a extinção da biodiversidade são conhecidas. A exploração descontrolada dos recursos naturais praticamente aniquilou as florestas atlânticas nos últimos 500 anos. E, hoje, a sorte desses parentes mais próximos do homem é duvidosa.
O mico-leão-de-cara-preta vive apenas nas florestas costeiras do Paraná, em uma faixa estreita de 300 km2, onde foi recentemente criado o Parque Nacional de Superagüi. Os macacos-prego-de-peito-amarelo estão isolados em fragmentos muito pequenos distribuídos na Bahia, Sergipe e norte de Minas Gerais. Os adultos pesam cerca de 3 quilos e sua carne chega a valer uma bala de caçador. Os filhotes são populares bichos de estimação.
O muriqui-do-norte, maior primata das Américas e uma das espécies mais carismáticas de macacos do mundo, tem um terço de sua população confinada em 890 hectares de floresta na Reserva Privada Feliciano Abdala, em Caratinga, zona da mata de Minas Gerais. Os primatas são das mais inteligentes criaturas do mundo e esses nossos vizinhos clamam por ajuda!
Andrea Margit
Conservação Internacional
www.conservacao.org
