Dos consagrados Hélio Oiticica e Carlos Vergara a nomes menos conhecidos, porém de talentos reveladores, entre eles o carioca Marcos Cardoso e o paraense Emmanuel Nassar, a bandeira do Brasil invadiu os salões e os jardins do Palácio do Catete. Cardoso, por exemplo, produziu um divertido patchwork só com embalagens, enquanto Nassar fez uma fotoapropriação, interferindo em cima de uma bandeira pintada anonimamente num tapume de madeira. No geral, em inusitadas versões e releituras, as cores se confundem e materiais como argila e acrílico revolucionam a tradição. Telas, vídeos, fotos, papéis, tecidos, plásticos, bambus, madeira e cerâmica se misturam, mergulhando o pendão da esperança num caldo cultural inédito. É difícil deixar o museu onde Getúlio Vargas se matou em 1954 sem se contaminar pelo sentimento de uma nova brasilidade, bem longe dos tempos em que mexer nos símbolos nacionais podia até dar cadeia.


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