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APIÁRIO Nicolas Guéant exibe as primeiras colmeias do museu

A importância das abelhas para o ecossistema vai além da produção do mel. Elas são responsáveis por até 90% do processo de polinização que resulta em frutos e plantas floríferas de diferentes biomas. Até aí fica fácil entender a preocupação de muitos ambientalistas em preservá-las. Difícil é compreender a iniciativa da direção do suntuoso Museu do Grand Palais, construído em Paris em 1897, que instalou na semana passada uma colmeia com 60 mil abelhas em seu telhado. Segundo Nicolas Guéant, o apicultor responsável pelo projeto, a intenção do museu é contribuir com a defesa da biodiversidade.

É certo que, ao colocar milhares de abelhas para sobrevoar os arredores da famosa avenida francesa Champs-Elysées, Guéant irá criar uma Paris mais florida. "Elas irão recolher o pólen em um raio de três quilômetros. O museu está rodeado por inúmeros parques e jardins, como o de Tuilleries e do Palácio do Eliseu", diz Guéant. A produção inicial será de 20 quilos anuais. E até 2010 a meta é chegar aos 50 quilos. Quem quiser provar o mel poderá comprá-lo na loja do museu.

Em setembro se dará a primeira coleta que vai ser transmitida por vídeo no site do Grand Palais. "É a nossa pequena contribuição para a biodiversidade", diz Yves Saint-Geours, presidente do museu. O apicultor Guéant afirma que "as abelhas vivem melhor nas cidades do que no campo, onde há risco causado por pesticidas". Segundo ele, "a poluição urbana não é nada se comparada a venenos". Uma colmeia na cidade pode produzir cerca de 50 quilos de mel por ano, enquanto no campo a produção oscila entre dez e 15 quilos.