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A presidente Dilma Rousseff citou nesta terça-feira (26), durante pronunciamento na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), os problemas enfrentados pelos aeroportos do País, ao que chamou de "bons problemas". A presidente reconheceu que os aeroportos estão cheios, mas justificou que isso foi por causa do aumento da renda da população, que passou a ter mais acesso ao serviço. "Isso não significa que não iremos nos dedicar para resolver o problema", disse.

"A Copa e Olimpíada são importantes, mas é preciso que os aeroportos estejam prontos para atender a demanda da população, que é atual". "Não estamos olhando só para a Copa ou Olimpíada. Elas são importantes. Mas, (olhamos) para a demanda dos passageiros, que exige melhorias", completou.

A presidente lembrou também que alguns dos conflitos que existem agora são decorrentes de grandes obras que voltaram a existir. Dilma destacou que há alguns anos o país não sabia o que era construir uma usina ou uma ferrovia importantes. "Não ficaremos passivos olhando os problemas, vamos enfrentá-los em cada obra, cada acontecimento".

Concessões

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, informou nesta terça que Dilma Rousseff decidiu que as obras dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos, em Campinas (SP), e Brasília serão tocadas em regime de concessão. Em pronunciamento durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Palocci disse que também estão em estudos investimentos nos aeroportos de Confins, em Belo Horizonte, e no Galeão, no Rio de Janeiro. "Queremos combinar a urgência das obras com os investimentos públicos e privados", disse Palocci.

A presidente Dilma ocupou toda a agenda da tarde dessa segunda-feira (25) em reuniões para discutir questões relacionadas à infraestrutura do País para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada em 2016. Uma das questões centrais foi com relação à situação das obras dos principais aeroportos do País. Dilma pediu um detalhamento da situação de cada aeroporto, mas acabou se concentrando na discussão sobre os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas.

Tecnologia e ciência

A preocupação do governo, segundo Dilma, é melhorar também a capacitação dos trabalhadores. Ela anunciou o lançamento, nos próximos dias, do Programa Nacional de Ensino Técnico e Capacitação Profissional. "O governo, dentro de uma grande preocupação, não apenas com a capacitação profissional e o ensino médio profissionalizante, está preocupado em formar estudantes que serão nossos futuros cientistas", disse, acrescentando que o Brasil vai usar o recurso usado por outros países, que é o de enviar estudantes ao exterior.
A ideia, explicou, é lançar, até 2014, 75 mil bolsas de estudo para financiar esses estudantes no exterior, particularmente na área de ciências exatas. "Acredito que o setor privado pode comparecer com uma ajuda que nos permita chegar a 100 mil bolsas em 2014. É o desafio que chamo cada um aqui presente", pediu a presidente Dilma.

A presidente ainda destacou que existe a pressão de demanda e que é preciso controlá-la, "pois a nossa renda cresceu e finalmente temos muitas famílias que alcançaram a sociedade do consumo, o que é importante para a qualidade do crescimento", destacou. "Por isso, é melhor enfrentar os problemas do crescimento do que a falta de crescimento, o desemprego, a falta de renda e a depressão econômica", disse.

Classe média

A presidente Dilma disse que uma das maiores e melhores heranças de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é a nova classe média brasileira. "Sabemos que o País avançou muito. Há uma população que entrou na classe média levada por uma integração produtiva e educativa", afirmou. "Essa nova classe média é uma das grandes conquistas e das maiores e melhores heranças que tenho do governo Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou. Dilma ressaltou que garantir a produção para um país de 190 milhões é "não só um grande desafio, mas uma grande conquista de um país continental".

Segundo a presidente, o Brasil obteve tais conquistas por conseguir combinar preocupação com o crescimento econômico e controle da inflação. De acordo com a presidente, o aumento da capacidade produtiva vai permitir que o Brasil tenha, no futuro, um crescimento estável. No curto prazo, ela reforçou que o desafio é combater as pressões inflacionárias que corroem a renda da população.