No próximo dia 29, estreia no Brasil o filme “Thor”. Confira, em vídeo, trechos desta e de outras duas produções milionárias da Marvel:

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DEUS DO TROVÃO
Chris Hemsworth como o guerreiro Thor, grande aposta do gênero aventura

Um deus do trovão, um grupo de jovens mutantes com superpoderes e um soldado que se torna imbatível graças a um experimento científico. Com esses personagens – que os fãs dos heróis dos quadrinhos certamente já identificaram como Thor, X-Men e Capitão América –, a Marvel, uma das maiores editoras de HQs do mundo, pretende fazer de 2011 o seu ano de ouro no cinema. Com estreia marcada para a sexta-feira 29, “Thor” abre a temporada de blockbusters escudado em um orçamento de US$ 140 milhões, um elenco que tem na linha de frente o novo galã Chris Hemsworth e os oscarizados Anthony Hopkins e Natalie Portman, além da direção de quem sabe contar uma boa história de ação sem se perder nos efeitos especiais – o cineasta e ator britânico Kenneth Branagh. Dois meses depois, chega aos multiplex “X-Men: First Class”, prólogo da bem-sucedida franquia dos seres alterados geneticamente, revelando as origens do Professor X (James McAvoy) e de seu arqui-inimigo Magneto (Michael Fassbender). Outra surpresa está sendo reservada para as férias com a aguardada versão de “Capitão América – O Primeiro Vingador”, que vai mostrar como o mirrado Steve Rogers (Chris Evans) se transformou no mais bem preparado combatente militar do mundo.

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“Thor” narra a história de um guerreiro arrogante do reino de Asgard que é mandado à Terra para aprender a ser um verdadeiro herói e, com esse enredo, a Marvel investe no sempre rentável filão da mitologia nórdica. A produção marca um novo capítulo na recente e vertiginosa ascensão da empresa no campo cinematográfico. Em apenas dez anos, ela emplacou seis filmes de super-heróis entre os cem mais lucrativos da história, o que fez a sua filial hollywoodiana, a Marvel Studios, fundada em 1993, se tornar mais importante do que a casa editorial, criada mais de meio século antes. “Pela sua abrangência, os filmes geram muito mais retorno financeiro”, diz Érico Rodrigo Rosa, gerente de publicações da Panini, que edita os quadrinhos da Marvel no Brasil.

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APRENDIZ
Thor (Chris Hemsworth) com o pai Odin (Anthony Hopkins): enviado
do reino de Asgard à Terra com a missão se tornar humilde

O que intriga especialistas em marketing é que, até o início dos anos 2000, os personagens lançados pela editora nunca renderam produções acima da média – o Olimpo dos seres mascarados tinha a grife de sua maior concorrente, a DC Comics, de onde saíram Super-Homem e Batman. Foi com “X-Men – O Filme”, de 2000, que esse cenário mudou. “A editora entendeu que adaptações de HQs não deveriam agradar só a nerds, mas ao público em geral”, diz Sidney Gusman, editor do site Universo HQ.

Assim, passou-se a investir em bons roteiros, diretores e atores, sem aquela fidelidade canina aos quadrinhos originais. “Os longas deixaram de ser apenas centrados nos super-heróis, tornaram-se também filmes de aventura”, diz Rosa, da Panini. Modernizada, a Marvel ganhou campo, levando para as telas dezenas de personagens dotados de superpoderes. Para isso, contou com a parceria de majors com a Sony e a Fox.

“Por um só estúdio seria impossível lançar tantas produções”, avalia Gusman. A DC Comics, por exemplo, que faz parte do conglomerado Time-Warner, tem todos os seus títulos lançados pela Warner e, por isso, fica prisioneira de uma agenda menos flexível. Não à toa, segundo uma pesquisa que compara as bilheterias dos filmes das duas editoras, feita em 2007, a Marvel ficou com 57% dos ganhos. Ainda não havia sido contabilizado o desempenho de “O Homem de Ferro”, cuja franquia soma faturamentos de US$ 1,2 bilhão. Com a força do martelo de Thor, esse cenário só tende a prosperar.

UM PARAIBANO NA MARVEL

 

 

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Paraibano de Campina Grande, Deodato Taumaturgo Borges Filho – ou Mike Deodato Jr., seu pseudônimo – é hoje, aos 47 anos, um dos mais consagrados desenhistas estrangeiros em atividade no mercado americano de HQs. E o reconhecimento veio da própria Marvel, onde Deodato trabalha desde 1995: em julho, a empresa lança “The Marvel Art of Mike Deodato”, livro que reúne os seus melhores desenhos. Antes dele, só dois artistas gráficos receberam a honraria. “É um presente que nunca vou esquecer”, diz Deodato.

Atual ilustrador da revista “The New Avengers”, Deodato mantém uma rotina disciplinada. Ele trabalha sempre em casa, em João Pessoa, das 6h30 às 22h, “com alguns intervalos para academia, almoço, uma soneca rápida à tarde e uma ou outra série de tevê”. Ao final do mês, entrega 22 páginas e uma capa a partir de um roteiro da editora. O trabalho toma tempo, mas já foi maior.

No auge de sua produção, Deodato desenhava quatro revistas por mês pela Marvel e ainda acumulava trabalhos paralelos: “Tinha medo de recusar e nunca mais me chamarem.”


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Filho de um cartunista, ele já trabalhava para editoras de HQs e agências de publicidade quando teve a sua primeira chance no mercado americano, em 1991. Mas era ainda para um selo pequeno. Na sequência, a DC Comics o contratou para dar contornos à Mulher-Maravilha – as vendas triplicaram. Daí para a Marvel foi um pulo. A intensa atividade lhe rendeu um bom dinheiro, mas fez a qualidade cair. Seu contrato não foi renovado e isso o obrigou a criar desenhos eróticos. A virada se deu em 2002, quando a mesma Marvel lhe chamou para dar um upgrade no personagem de Hulk. “Foi um recomeço, com mais refinamento e maturidade, menos produção e mais qualidade”, diz Deodato.

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