Um sonho, dólares, prisão e morte
O chinês naturalizado brasileiro Cham Kim Chang, 46 anos, vivia há 20 anos no Brasil com a mulher e com os dois filhos. Vendeu uma das quatro pastelarias que tinha no Rio de Janeiro para realizar um sonho: comprar uma casa em San Diego, nos EUA, e se mudar para lá. Ao tentar embarcar no dia 25 de agosto, foi preso por agentes federais no Aeroporto Internacional Tom Jobim com US$ 30,5 mil não declarados. Dois dias depois, quando seria solto, seu advogado o encontrou inconsciente e sem atendimento médico em uma cela do Presídio Ary Franco. Transferido para o Hospital Municipal Salgado Filho, ficou em coma durante oito dias e morreu na quinta-feira 4. Três agentes penitenciários que estavam com Chang alegaram que ele se feriu sozinho, mas a farsa foi desfeita pelos laudos do Instituto Médico-Legal. “Ele foi submetido a uma ou mais sessões de tortura com socos, pontapés e empurrões. Esse caso relembra os tempos da ditadura”, afirmou a ISTOÉ o secretário Estadual de Direitos Humanos, João Luís Duboc Pinaud. O diretor do presídio e os agentes penitenciário foram afastados. O caso foi inicialmente registrado como “dano ao patrimônio público”, mas acabou alterado pela Delegacia de Homicídios para tortura seguida de morte. A própria cúpula da segurança pública no Rio já admitiu que Chang é mais uma vítima da tortura policial. A polícia investiga quatro agentes penitenciários que tentaram obter no IML os endereços dos médicos legistas que fizeram o exame de corpo de delito no chinês, o que pode indicar uma tentativa de intimidação. A família de Chang pensa em processar o Estado e pedir indenização pelo ocorrido.

“O bruto” que era muito delicado

Charles Bronson sempre foi um durão. Pelo menos nas telas que o consagraram na série Desejo de matar. Na vida pessoal ele era extremamente amoroso e afável, gostava de pintar e levava uma vida reservada. Alimentava boatos de que possuía uma extensa ficha criminal e hábitos excêntricos, como o de atirar facas. Filho de lituanos, Charles Buchinsky teve uma infância pobre e chegou a trabalhar numa mina de carvão. Serviu como soldado na Segunda Guerra Mundial e depois dedicou-se ao teatro. Adotou o nome Bronson nos anos 50 para escapar do macarthismo. Foi aclamado na Europa: os italianos chamavam-no de “O bruto”, e os franceses, de “O monstro sagrado”. Em 1971, recebeu o Globo de Ouro como o ator mais popular do mundo. Bronson lutava contra o mal de Alzheimer havia dois anos. Faleceu em Los Angeles aos 81 anos em decorrência de uma pneumonia. No sábado 30.

Ted Williams, o ícone do beisebol, está congelado

Um dos melhores rebatedores da história do beisebol morreu aos 83 anos em julho do ano passado. Mas só nessa terça-feira se descobriu que o seu corpo foi separado em duas partes (cabeça e tronco) e está sendo mantido congelado nos EUA dentro de um contêiner com nitrogênio líquido. Em novembro de 2000 ele teria assinado um documento no qual expressava o seu desejo de ser mantido congelado depois de morto porque tinha a esperança de ser ressuscitado com um possível avanço na ciência. A sua filha mais nova afirma que esse documento é falso. Mais: diz que os seus irmãos querem ganhar dinheiro vendendo o DNA congelado do pai. O corpo se encontra na empresa Alcor Life Extension Foundation, no Arizona. A família está devendo US$ 111 mil a essa empresa pelo custo da operação.

Condenado pela Justiça Federal o empresário Ricardo Mansur a três anos de reclusão em regime aberto e multa de R$ 200 mil. Mansur foi condenado por divulgar mensagens difamatórias pela internet contra o Bradesco. Em São Paulo, na quarta-feira 3.

Morreu o locutor e apresentador Gotijo Teodoro. Ele apresentou o Repórter Esso, um dos principais programas jornalísticos da tevê brasileira das décadas de 50 e 60. No Rio de Janeiro, de infarto. Na sexta-feira 5.

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Inocente e livre

O garçom Valdinei Sabino da Silva, 25 anos, foi preso no dia 19 de agosto como principal suspeito pela morte do empresário José Nelson Schincariol, ocorrida um dia antes em Itu. Sempre afirmou ser inocente. Na terça-feira 2, a polícia prendeu quatro homens acusados pelo mesmo crime. Na quinta-feira 4, após 16 dias de cadeia, Valdinei foi liberado por falta de prova concreta. Segundo o relato do irmão Valdomiro Sabino, Valdinei foi agredido por policiais para que confessasse o crime. As denúncias de maus-tratos e as circunstâncias da prisão de Valdinei serão investigadas. A polícia teria invadido a casa do garçom sem um mandado de busca.


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