O americano Pete Sampras e o brasileiro Gustavo Kuerten são duas estrelas capazes de atrair atenções mesmo durante a disputa de um dos torneios mais importantes do circuito do tênis, o US Open. Na segunda-feira, após a cerimônia de abertura, em Nova York, Sampras, 32 anos, anunciou que a sua carreira brilhante recebia ali um ponto final. Foi a despedida de um fenômeno que ganhou US$ 43 milhões em prêmios, faturou estimados US$ 170 milhões em patrocínios e se tornou o maior tenista de todos os tempos. Sampras nunca ganhou em Roland Garros. Mesmo assim, não vê buracos em sua trajetória. “Não tinha mais motivação para treinar e jogar. Parei porque não tenho mais nada a provar para mim”, disse. O reconhecimento parece ser unânime. “Metade dos caras nos vestiários o idolatra. A outra metade quer jogar como você”, resumiu o ex-tenista americano John McEnroe.

Depois da despedida de Sampras, o assunto fora das quadras passou a ser o drama de Guga, 26 anos, 14º no ranking de entradas e 15º na corrida dos campeões. Irritado, desconcentrado, longe de um equilíbrio psicológico, o brasileiro discutiu com um espectador e foi eliminado na estréia do US Open, na terça-feira 26, por 3 a 2 (5/7, 6/2, 6/2, 4/6 e 7/6 com 7/1 no tie break), pelo russo Dmitry Tursunov, 20 anos, 174º nas entradas e 206º na corrida. E, na quinta-feira 28, ao lado do holandês John Van Lottum, despediu-se de vez do torneio ao perder a partida de duplas para o alemão Michael Kohlmann e o austríaco Julien Knowle. O brasileiro chegou a ter o match point nas mãos. Decepcionado, o ídolo abriu o coração. “Está difícil manter um nível alto e jogar cinco sets com intensidade. Estou perdendo jogos que normalmente ganharia”, admitiu.

“Falta strength, aquela força específica, aquela energia que dá uma estabilidade maior. Por detalhes assim, pequenos, acabo perdendo os jogos. Começa na parte física. O cara não tendo isso, perde também na mental. Você tem que ficar buscando o que falta. Sinto mais isso nos Grand Slams. Faz tanto tempo que eu fiz a cirurgia (no quadril, em fevereiro passado), mas não consegui ainda uma boa performance, apesar de ter trabalhado duro”, completou. Guga nega que problemas familiares prejudiquem o seu desempenho. Mas nos últimos dias veio à tona a notícia de que Guilherme, seu irmão três anos mais novo, que é excepcional e portador de uma doença cerebral degenerativa, teve o estado de saúde abalado por fortes crises e correu sérios riscos. Além disso, os filhos gêmeos de um ano de Rafael, irmão mais velho e administrador da carreira do tenista, também sofrem de problemas cerebrais. Mas Guga tem talento suficiente para derrotar essas dificuldades e voltar ao topo.
 


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