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O reconhecimento público de Catherine Zeta-Jones de que sofre de trastorno bipolar foi bem recebido por grupos de saúde mental, que consideram a atitude ajuda a combater o estigma associado à doença. A atriz britânica, que ano passado ajudou o marido, Michael Douglas, em uma batalha contra um câncer de garganta, provavelmente será obrigada a viver com a enfermidade.

"É uma doença que afeta sobretudo pessoas hiperativas", declarou à AFP Martin Evers, diretor adjunto do hospital Northern Westchester de Nova York. "É importante combater a estigmatização da doença e, justamente, no caso dos problemas de comportamento, insistir no fato de que pode seguir levando uma vida extremamente produtiva".

A representante da atriz de "Chicago", Cece Yorke, surpreendeu na quarta-feira o mundo do espetáculo ao anunciar que "depois do estresse do ano passado, Catherine decidiu passar um período em um centro especializado para tratar os transtornos maníaco-depressivos".

"Ela está muito bem e está impaciente para começar a trabalhar esta semana nos próximos dois filmes", completou. Entre os projetos da atriz de 41 anos estão o filme do diretor italiano Gabriele Muccino "Playing the field", além de "Lay the favorite", do cineasta britânico Stephen Frears. Catherine Zeta-Jones ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por seu papel no musical "Chicago" (2002). Também participou de sucessos como "Traffic" e "Doze Homens e um Segredo".

Para a Aliança Nacional das Enfermidades Mentais (NAMI, na sigla em inglês), o anúncio público de uma atriz famosa ajuda as pessoas que sofrem dos mesmos problemas. "Ela está ajudando a normalizar este estado", declarou à AFP Katrina Gay, diretora de comunicação da NAMI. "As doenças mentais são, no geral, enfermidades que incomodam as pessoas quando se fala e, portanto, ficam como algo misterioso e, às vezes, inclusive vergonhoso e com um estigma".

Ela disse que o anúncio por parte de uma celebridade abre o caminho para mais informações e conscientiza as pessoas sobre o assunto. Muitas personalidades do mundo das artes e da política sofreram com enfermidades do mesmo tipo, entre elas Sir Winston Churchill. Entre os artistas com distúrbio bipolar, um transtorno do humor caracterizado por episódios que alternam euforia e depressão estão Carrie Fisher, Ben Stiller, Russell Brand, Mel Gibson, Britney Spears e Brian Wilson, segundo a revista The Hollywood Reporter.

De acordo com o relações públicas Dan Schawbel, o anúncio de Zeta-Jones não deve prejudicar a carreira da atriz e, certamente, atrairá mais simpatia do público. "Quando as celebridades revelam suas doenças, as pessoas as respeitam ainda mais. É preferível que uma atriz admita que está enferma porque o público acabará descobrindo de outra maneira".