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Uma combinação de duas drogas é a nova esperança contra a obesidade. Pesquisadores da Universidade de Duke (EUA) divulgaram os resultados de um estudo que testou a eficácia de uma pílula que reúne a fentermina, remédio da família das anfetaminas, e o topiramato, usado contra a epilepsia e a enxaqueca. Segundo a pesquisa, o medicamento reduziu em cerca de 10% o peso corporal após um ano de uso, quando ministrado em doses altas.

Era conhecida a eficiência da fentermina e do topiramato no emagrecimento (a primeira acelera o metabolismo e o segundo diminui a fome). Porém, as duas drogas apresentam riscos importantes. A primeira, o de dependência. A segunda, de déficit cognitivo, depressão e ansiedade. Por isso, a fentermina é adotada apenas por curtos períodos e o topiramato deixou de ser receitado para a perda de peso.

O que os cientistas fizeram foi unir o que as duas substâncias têm de bom e, ao mesmo tempo, diminuir seus riscos. Para isso, criaram uma pílula com doses mais baixas dos dois compostos. E em duas versões: uma contendo 7,5 mg de fentermina e 46 mg de topiramato e outra, com 15 mg de fentermina e 92 mg de topiramato. A eficácia, avaliada em 2,4 mil obesos, foi impactante. Entre os que tomaram a dosagem mais alta, registraram-se perdas de peso de até dez quilos, em média, após um ano de uso. “A droga é muito eficaz”, disse à ISTOÉ Kishore Gadde, líder do trabalho.

No entanto, há problemas. A droga apresentou efeitos colaterais como ansiedade e depressão. No ano passado, o FDA, a agência americana que aprova medicações, já havia recusado um pedido de liberação do remédio por essa razão e também por causa do risco que traria a grávidas. Há relatos de que o topiramato esteja relacionado a casos de má formação fetal. Além disso, o novo estudo não foi feito por uma equipe independente. Foi patrocinado pelo Vivus, laboratório que desenvolve a droga, e teve como líder o professor Gadde, que já serviu como consultor da empresa. Por essas razões, a comunidade médica recebeu as conclusões da pesquisa com muita cautela. “É uma medicação eficaz na perda de peso e, se aprovada, terá um nicho de pacientes para os quais poderá ser indicada. Temos de aguardar”, disse Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade.

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