11/04/2011 - 16:06
Allan Mendes da Silva, de 13 anos, o estudante que, mesmo baleado na cabeça, na clavícula e na mão, conseguiu avisar a polícia sobre o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, recebeu alta hospitalar nesta segunda-feira (11). Ele deixou o Hospital Central da Polícia Militar em companhia da mãe, Aline da Silva. Nesse dopmingo (10), Allan recebeu a visita da presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, de quem recebeu uma camisa do clube.
Brenda Rocha Tavares e Carlos Matheus Vilhena também saíram do hospital hoje. Ele foi atingido por dois tiros, no peito e no braço, e estava no Hospital Alberto Schweitzer, em Realengo. O estudante terá que voltar para uma reavaliação médica dentro de 15 dias. Brenda teve alta médica do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Ela, que foi baleada nas mãos, perdeu no massacre a irmã gêmea, Bianca Tavares.
Das sete crianças que ainda continuam internadas, apenas uma, de 13 anos, baleada no olho direito, continua em estado grave. Ela se recupera do pós-operatório de neurocirurgia, no Hospital Estadual Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, está sedada e respira com ajuda de aparelhos.
Sem medo
Pai do adolescente Roger, de 15 anos, um dos estudantes que avisaram a polícia sobre o tiroteio na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Renato Cunha voltou hoje (11) ao colégio para recolher o material do filho. A mochila, que ainda tem manchas de sangue, será descartada para que o filho não se lembre da tragédia. “Vou tirar o material que está aqui dentro e vou jogar a mochila fora”, disse Renato. No final da manhã, a escola passou a liberar a entrada dos pais.
Roger estava em uma das salas em que o atirador Wellington Menezes de Oliveira entrou e matou parte das 12 crianças. Ele e seu irmão, que também estuda na escola, não querem mais entrar na Tasso da Silveira. “Eles não querem nem passar pelas ruas perto”, afirma o pai.
No entanto, Renato faz questão que os dois continuem estudando na escola, onde ocorreu a tragédia, na quinta-feira (7). “Vai ter muita conversa com os psicólogos. Tenho certeza que, com a ajuda dos profissionais, vamos superar esse problema. Faço questão que eles estudem aqui”, disse.
Seu filho Roger conseguiu avisar os policiais depois de fugir da escola, em meio aos tiros, e encontrar uma blitz rodoviária na Rua Piraquara. Os policiais militares conseguiram chegar rápido à escola e impedir que o atirador fizesse mais vítimas. “Eu nunca tinha visto uma blitz na Rua Piraquara antes. Foi Deus mesmo que colocou os policiais ali, naquele dia.”