08/08/2007 - 10:00
Uma nova fronteira está sendo aberta na área da beleza. Os responsáveis por essa revolução são os tratamentos a laser, antes privilégio de poucos e com indicações restritas. Hoje, na maioria dos consultórios médicos eles são os recursos mais procurados para rejuvenescer a pele do rosto e do corpo. Em alguns, como na clínica da dermatologista Juliana Neiva, do Rio de Janeiro, há fila de espera de clientes aguardando para se submeter às sessões da terapia. "Nos últimos meses, a procura duplicou", conta a médica. Os motivos desse crescimento são simples de compreender. Em primeiro lugar, a tecnologia tem um leque de indicações bastante amplo. Ele inclui desde o rejuvenescimento facial completo, o que significa obter uma cútis com viço, livre de rugas, manchas e flacidez, até o tratamento de estrias, acne, celulite e outros problemas. Isso tudo de maneira muito rápida e com resultados após as primeiras sessões. Ou seja, trata-se de um recurso muito próximo daquele que homens e mulheres almejam há séculos: capaz de devolver ou retocar a beleza quase como num passe de mágica, como experimentou a publicitária Leila Barci, 35 anos. "É maravilhoso. Minha pele ficou lisa, sem manchas. Foi uma mudança grande", conta. Ela se submeteu às sessões para rejuvenescer o rosto recentemente e se prepara para repetir o tratamento.
Outro apelo irresistível do tratamento são as constantes novidades que o fazem ainda mais atraente. Cada novo aparelho vem com aperfeiçoamentos que permitem a realização de procedimentos com resultados cada vez mais impressionantes, e em menor tempo. É o caso do Active FX. O equipamento é a mais nova sensação entre os dermatologistas. Nos Estados Unidos, há fila de especialistas aguardando para o ter o seu.
No Brasil, vive-se a mesma situação – por aqui, já há três encomendas e um encontro marcado para setembro com o objetivo de informar os médicos sobre seus benefícios. De fato, ele promete. Segundo os dados disponíveis, o Active FX age nas camadas mais profundas da pele, apagando rugas, cicatrizes de acne e manchas mais superficiais em uma única sessão. "Ele faz milagres", afirma a dermatologista Adriana Vilarinho, de São Paulo, uma das que já compraram o equipamento. Tamanha expectativa também está sendo criada em torno da chegada do primeiro laser contra a gordura. O equipamento foi desenvolvido por cientistas do Massachusetts General Hospital e da Universidade de Harvard (EUA) e está previsto para ser lançado no ano que vem. O aparelho emite um tipo de laser atraído exclusivamente pelas células de gordura. Quando chega no alvo, as destrói. "Os tecidos vizinhos não são danificados", explica a dermatologista Valéria Campos, de São Paulo, considerada uma das maiores especialistas brasileiras em laser.
Na verdade, equipamentos como esses são resultado de uma incrível evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos, responsável pela criação de recursos cada vez mais seletivos. Há cerca de 20 anos, os aparelhos dermatológicos a laser atingiam todos os tecidos bombardeados pela radiação. Isso causava uma agressão muito grande à pele, elevando o risco de manchas e machucados caso não fossem seguidos os cuidados após as aplicações. Além disso, o tratamento obrigava o paciente a ficar afastado de suas atividades por pelo menos um mês. "Os raios destruíam a pele para depois reconstruí-la", lembra o dermatologista Marcelo Bellini, de São Paulo. Hoje a situação é diferente. "Eles agem nos alvos desejados", explica a dermatologista Carolina Ferolla, de São Paulo. Dessa maneira, tornou-se possível criar instrumentos para combater problemas específicos, poupando-se de danos os tecidos que não precisam ser tratados. Isso potencializa o tratamento e permite recuperações muito mais rápidas. "Eu nunca imaginaria que hoje nós teríamos ótimos resultados com muito menos destruição", conta o dermatologista Otávio Macedo, de São Paulo. Recentemente, uma nova geração de equipamentos refinou ainda mais os procedimentos. Foram desenvolvidos os laseres fracionados. Eles realizam microperfurações na pele, preservando ainda mais a cútis, mas com o mesmo poder de atuação.
Os avanços na área do laser impulsionaram a criação de equipamentos semelhantes, também emissores de ondas eletromagnéticas. Entre eles, os aparelhos de radiofreqüência, plasma, infravermelhos, luz emitida por diodo (LED) e luz intensa pulsada. Foi com a ajuda deste último que a advogada carioca Graziela Soares, 32 anos, tratou a celulite e a flacidez. "Mesmo sem malhar, minha musculatura agora está mais firme", diz. Cada um dos equipamentos age de maneira diferente, de acordo com o que será tratado. No caso do rejuvenescimento, no entanto, a maioria atua estimulando a produção do colágeno, a fibra que dá sustentação à pele. Entre esses equipamentos, também há novidades. Uma delas é o Titan, aparelho emissor de raio infravermelho. "A aplicação produz um efeito imediato, melhorando o contorno do rosto, a queda das bochechas e das sobrancelhas", afirma o médico Jardis Volpe, da Sociedade Brasileira de Laser. O especialista está usando o Titan há cerca de dois meses. Dentro de um mês, deve chegar ao País outro instrumento, o Lux IR fracionado, indicado para celulite e flacidez. "Ele combate os dois problemas ao mesmo tempo", assegura o médico Paulo Barbosa, de Salvador.
Com todo esse arsenal à disposição, a tendência é associar as opções para obter os melhores efeitos. "A grande modernidade no rejuvenescimento é combinar os novos aparelhos de luz intensa pulsada, que limpam manchas e microvarizes, com os laseres fracionados. Eles removem superficialmente as imperfeições da cútis, mas têm forte atuação no estímulo do colágeno", explica o dermatologista Alexandre Filippo, coordenador do Departamento de Laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Como se vê, quanto mais opções, melhor. Que o diga a apresentadora de tevê Solange Frazão, 44 anos. Nos últimos meses ela recorreu aos procedimentos para secar vasos nas pernas, suavizar marcas de expressão e tirar manchas. "Considero essa técnica uma forma segura e natural de rejuvenescer", afirma, no auge da forma.
