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As forças armadas líbias ainda não estão à beira do colapso, embora os ataques da coalizão tenham deixado fora de combate um quarto das forças do ditador Muammar Kadafi, afirmou nesta quinta-feira o almirante Mike Mullen, chefe do Estado Maior americano.

"Prejudicamos seriamente os meios militares (das forças de Kadafi), sua defesa antiaérea, seus recursos de comando; reduzimos seu exército em 20 a 25%", declarou Mullen, em uma audiência no Congresso americano. "Mas isto não significa que eles estejam à beira do colapso do ponto de vista militar, porque simplesmente não é o caso", destacou o general.

Cerca de mil missões de bombardeio foram executadas por aviões da coalizão desde o início da intervenção internacional na Líbia em 19 de março, e mais de 200 mísseis Tomahawk foram disparados contra posições líbias. As forças leais a Kadafi iniciaram esta semana uma contraofensiva, com a qual conseguiram fazer recuar os rebeldes, que avançam pelo leste do país.

Um total de 16 países participa militarmente na operação "Protetor Unificado" da Otan na Líbia, dirigida a partir de Nápoles (Itália), sob a autoridade do grande quartel-general da Aliança Atlântica na Europa, situado em Mons (Bélgica). Treze as nações envolvidas são membros da Otan. As três restantes são a Suécia, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar. As operações aéreas dependem das bases de Izmir (Turquia) e Poggio Renatico (Itália) e das navais de Nápoles.

Saiba qual é a participação de cada país na operação:

Bélgica: fornece seis caça-bombardeiros F-16, baseados em Araxos (Grécia), e um navio caça-minas. Participa nos bombardeios.

Canadá: forneceu seis caças F-18 em Trapani (Sicília) e uma fragata no Mediterrâneo. Participa nos bombardeios.

Dinamarca: seis F-16 estão baseados em Sigonella (Sicília) e um avião de transporte está à disposição. Participa nos bombardeios.

Emirados Árabes Unidos: mobilizou seis F-16 e seis caças Mirage 2000 e prevê utilizar um avião de transporte C17 para a zona de exclusão aérea. Não participa nos bombardeios.

Espanha: mobilizou quatro caças F-18 e um avião de abastecimento em voo Boeing 707 para a zona de exclusão aérea. Madri não prevê participar nos bombardeios. A fragata "Méndez Núñez", o submarino "Tramontana" e um avião de vigilância marítima CN-235 se uniram ao dispositivo da Otan para fazer respeitar o embargo de armas.

Estados Unidos: a participação naval é de 11 navios e submarinos. Washington mobilizou, além disso, três bombardeiros furtivos B-2. Caças F-15 e F-16 realizam missões a partir da base italiana de Aviano. Outros F-15 e F-16 estão posicionados em Sigonella. Dois aviões de transporte e reabastecimento KC135 e outros dois RC135 estão em Souda (Creta). Participa nos bombardeios.

França: cerca de 20 caça-bombardeiros Rafale e Mirage 2000 D estão posicionados em Solenzara (França). Quatro Mirage 2000-5 estão em Souda, quatro aviões-radar AWACS na base francesa de Avord e aviões de abastecimento C135 FR em Istres, também na França. O país participa nos bombardeios e o porta-aviões "Charles de Gaulle" navega frente a águas líbias, com dez Rafale, seis caça-bombardeiros Super Etendard e dois aviões de detecção eletrônica Hawkeye. Está acompanhado de duas fragatas e um petroleiro de abastecimento.

Grécia: a fragata "Limnos" se soma a um helicóptero Super Puma baseado em Souda, assim como um avião de alerta e controle, tipo AWACS, de construção brasileira, o EMB-145 Erieye. Atenas colocou à disposição quatro bases militares em seu território, julgadas estratégicas por sua proximidade geográfica com a Líbia. Por ora, utilizam as de Souda e Araxos, mas não Andravida e Aktion.

Holanda: seis F-16 estão estacionados em Decimonannu e Holanda mobilizou, além disso, um avião de reabastecimento em voo e um caça-minas. Não participa nos bombardeios.

Itália: quatro aparelhos AV8-B da marinha se acham a bordo do porta-aviões "Garibaldi" no Mediterrâneo, onde também patrulham uma fragata, outro navio militar e um navio de apoio logístico. O país mobilizou, além disso, quatro Eurofighter e quatro Tornado ECR. A base de Trapani abriga três aviões-radar AWACS. Sete bases militares estão à disposição da Otan. Participa nos bombardeios.

Noruega: seis F-16, baseados em Souda. Participa nos bombardeios.

Qatar: seis Mirage 2000-5 e dois C-17, baseados em Souda. Não participa nos bombardeios.

Reino Unido: um submarino e duas fragatas. Vários caça-bombardeiros Tornado GR4 baseados em Norfolk (Grã-Bretanha), aviões Nimrod R1, Sentinel e E3D Sentry para o reconhecimento e a vigilância aérea, e aparelhos VC10 de carga e abastecimento baseados em Akrotiri (Chipre) e Trapani (Sicília). Participa nos bombardeios. Vários caças Typhoon se acham, além disso, na base italiana Gioa del Colle.

Romênia: autorizou aviões de abastecimento americanos a utilizar seus aeroportos. Prevê enviar uma fragata durante este mês.

Suécia: Estocolmo contribuirá assim que obtiver luz verde do parlamento, em uma votação prevista para sexta-feira. Prometeu oito aviões de combate Gripen, um avião de transporte C-130 utilizado para o abastecimento em voo e um aparelho de espionagem aérea. Não participará nos bombardeios.

Turquia: contribui com cinco navios e um submarino para fazer respeitar o embargo de armas. Ancara excluiu qualquer participação nas operações de combate.