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No dia seguinte a um grupo de parlamentares iniciar um movimento pedindo sua punição, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a fazer declarações polêmicas ao chegar para o velório do ex-vice-presidente José Alencar, no Palácio do Planalto.

Desta vez o alvo foi o preferido do parlamentar, o movimento gay. "Estou me lixando para o movimento gay. O que eles têm para oferecer? Casamento gay? Adoção de filho por gay? Nada disso acrescenta nada", disse Bolsonaro.

O deputado voltou a afirmar que houve um erro na sua resposta a Preta Gil no programa CQC, da TV Bandeirantes. No programa, o deputado tratou como "promiscuidade" a possibilidade de seu filho se casar com uma negra. "Eu fui entrevistado por um laptop. Minha resposta não foi àquela pergunta. O que eu entendi, por Deus do céu, era o que eu achava de um filho casar com gay".

O parlamentar disse não ter medo da ação de seus adversários, que pediram uma investigação contra ele na Corregedoria da Casa. "Soldado que vai a guerra e tem medo de morrer é covarde".

Quebra de decoro

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Rio de Janeiro, encaminhou representação à Corregedoria da Câmara dos Deputados para que seja aberto processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar.

Para o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, as declarações contém um teor “altamente ofensivo de cunho racista e homofóbico” . “O deputado deixou explícita a hostilidade a esses setores da sociedade brasileira [negros e homossexuais]. Ele manifesta ódio e desqualifica aquele ou esse grupo da população. Parece-me que isso não condiz com as responsabilidade de um parlamentar.”

“Cada vez que ele se defende complica mais a situação jurídica”, afirmou Damous. Ele ressaltou que, apesar de homofobia não ser tipificada como crime, como ocorre com o racismo, a declaração é “ incompatível” com o cargo ocupado pelo deputado. A pena mais grave que pode ser aplicada em um caso de quebra de decoro é a perda do mandato.