28/03/2011 - 17:20
O brasileiro tem usado mais cartão de crédito e débito para realizar seus pagamentos, mas o dinheiro ainda é largamente a forma mais utilizada pelos cidadãos pagarem suas contas e despesas. É o que mostra a pesquisa "O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro", versão 2010, divulgada nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC). De acordo com o levantamento, 72% dos entrevistados informaram que costumam utilizar com mais frequência dinheiro para fazer seus pagamentos. Em 2007, esse indicador estava em 82%. O uso de cartões de crédito subiu de 8% para 13% de 2007 a 2010, enquanto o de cartões de débito, de 8% para 14%. O uso de cheques caiu de 2% para algo em torno de zero.
Segundo a pesquisa, o gasto mensal médio com pagamento de contas e compra de produtos subiu 40% de 2007 para 2010, passando de R$ 577 para R$ 807,93. Do total, 59% são pagos em dinheiro (era 77% em 2007), 20% em cartão de crédito (11% antes), 16% cartão de débito (8% antes) e 2% cheque (3% antes).
O levantamento mostra que o uso de dinheiro é mais frequente em pagamentos de padaria, aluguel e condomínio, educação, mercadinho e mercearia. Eles são menos frequentes (ainda assim representam a maior parte) em pagamentos de roupas e calçados, eletrodomésticos e super e hipermercados. Para os pagamentos de maior valor, acima de R$ 50, o uso de outros meios, além do dinheiro, atinge mais de um terço da população e, nas classes A e B, supera 50%.
R$ 36 no bolso
A população brasileira carrega em média consigo cerca de R$ 36 em dinheiro, segundo a pesquisa. Cerca de um quarto das pessoas carrega de R$ 10 a R$ 20 em dinheiro, índice próximo dos que levam consigo até R$ 10.
A pesquisa mostrou que a população sente mais falta de notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 2 para fazer seus pagamentos cotidianos, mas o índice dos que não sentem falta de qualquer nota subiu de 13% para 22%. A nota de R$ 50 é a mais encontrada nos caixas eletrônicos, seguida da de R$ 20 e depois da de R$ 10, que em 2007 liderava a pesquisa. Segundo o levantamento, 97% atestam a boa qualidade das cédulas recebidas de bancos.
Pouco mais da metade dos entrevistados (54%) se lembra dos elementos de segurança para identificação de notas verdadeiras, enquanto 46% dizem não se lembrar. Na pesquisa anterior, a divisão era de 50% para cada grupo. Um total de 67% declarou não ter recebido notas falsas em algum momento, enquanto um terço da população já recebeu cédulas falsificadas. Um total de 10% dos entrevistados disse que se recebesse uma nota falsa a passaria pra frente, mas metade disse que devolveria para quem a passou.
O porcentual dos que desejam moedas de maior valor em circulação recuou de 26% para 22%. Desse grupo, 62% defendem a distribuição de moedas de R$ 2 e 28%, de R$ 5. Em ambos os casos, os índices recuaram em comparação com 2007.