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Há seis anos, quando a dona-de-casa Maria Cláudia Gaboardi Tralli recebeu a notícia de que seu filho Matheus tinha alergia a lactose, não teve dúvidas: trocou todos os produtos à base de leite consumidos pelo menino para os feitos de soja. Mas não foi só Matheus que mudou de hábitos alimentares. Com o nascimento do irmão mais novo Felipe, a mudança veio para ficar na família toda. “Eu cheguei a consumir alguns produtos antes da indicação médica, mas não era constante”, conta Maria Cláudia, 35 anos, mãe de Matheus, oito anos, e Felipe, quatro. “Hoje, eu, meu marido e meus filhos só tomamos sucos e leite de soja.”

A demanda por produtos à base de soja, sobretudo os sucos, aumenta exponencialmente. Em quatro anos, este mercado cresceu de 215%, segundo análise feita pela empresa ACNielsen, em conjunto com a Nestlé. A multinacional suíça lançou recentemente a linha Sollys, Sollys Original e Sollys Frutas – sucos de vários sabores, barra de cereal, creme de leite e chocolate de tablete, tudo à base de soja. “Investimos mais de R$ 50 milhões nesta linha e não vamos parar por aqui. A intenção é expandir para todas as categorias de alimentos”, diz Antonio Junqueira, gerente de marketing de produtos lácteos e de soja da Nestlé.

A Del Valle também entrou na onda e, além dos sucos tradicionais, pôs no mercado uma linha light com três sabores. Líder do mercado, a pioneira AdeS atua há dez anos neste nicho. “Quebramos o paradigma de que uma bebida à base de soja não é saborosa”, diz Patricia Aversi, diretora de marketing da empresa. Neste inverno, a AdeS lançou uma edição limitada nos sabores shake de morango e vitamina de banana. Os produtos de soja vendem a bandeira da saúde. É um apelo forte que seduz quem procura adquirir hábitos saudáveis. Por isso, estão atraindo todo tipo de consumidor e não só quem tem intolerância a lactose, como no passado.