Ao voltar de viagem, trazer na bagagem algumas peças da Gap e da Banana Republic é quase obrigatório. Mas não sem antes passar pelos países onde essas marcas cobiçadas mantêm suas lojas – Estados Unidos, Canadá, França e Inglaterra. Era assim. Agora, basta carimbar o passaporte para satisfazer esse pequeno sonho de consumo. É que o Duty Free de São Paulo inaugurou esta semana duas lojas de cada uma dessas grifes – um par no embarque e outro no desembarque. Claro que não são instalações como a Gap do Boulevard Saint Germain em Paris ou da Oxford Street de Londres. Mas também não se trata de um tímido corner como aqueles dos shoppings. O conceito, conforme explica Gustavo Fagundes, gerente da Brasif, empresa que representa o Duty Free no Brasil, é o chamado store in store. Ou seja, uma loja dentro da outra. “Essas marcas estão entrando no País e recebendo um tratamento diferenciado no Duty Free. Desde a disposição dos produtos até o treinamento dos vendedores, tudo está de acordo com o padrão internacional”, afirma Fagundes.

Cada uma das lojas possui pelo menos 200 itens (o Duty Free de São Paulo tem em média seis mil itens), e o consumidor encontra as linhas mais vendidas lá fora, como camisetas, jeans e moletons. Sem falar nas charmosíssimas peças infantis da Gap. Os preços? Bem razoáveis. Uma calça capri feminina custa US$ 14. As camisetas, US$ 12 em média, e uma camisa baby sai por US$ 10. Na vizinha Banana Republic uma camiseta pólo masculina vale US$ 32 e um casaco de antílope, US$ 200.

Mas o prazer do desembarque não vai parar aí. Na próxima semana será inaugurada também uma loja da Mac, a badalada marca canadense de maquiagem. Preferida das modelos, a Mac está instalada no Brasil há um ano e tem lojas fora dos domínios do aeroporto em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esta do Duty Free, no entanto, terá uma vantagem. Quem quiser poderá fazer uma maquiagem e disfarçar um pouco a aparência jet leg antes de enfrentar a fila da alfândega. “Assim como na Gap e na Banana Republic, a Mac terá vendedores diferenciados e maquiadores treinados pela empresa”, diz Gustavo Fagundes. E quem estiver na dúvida entre este ou aquele batom poderá comprar depois, por meio de um telefone 0800, que atenderá a todo o Brasil.

Essas e outras vantagens oferecidas pelo Duty Free fazem parte de
um processo de renovação pelo qual vem passando a empresa. Seus sócios souberam, por exemplo, aproveitar com criatividade a concessão
do governo para a entrada de produtos nacionais na loja e criaram o Fashion Brasil. São stands de venda de roupas e acessórios brasileiros desenvolvidos com exclusividade por talentos como Alexandre Herchovitch, Marcelo Sommer, Jun Nakao, Ronaldo Fraga, Amir Slama, Serpui Marie, entre outros. “Bolsas feitas com estampas das praias cariocas e os biquínis Rosa Chá fazem um sucesso tremendo entre
os estrangeiros”, conta Fagundes. “Temos certeza de que o resultado
das lojas Gap e Banana Republic será proporcional para o público da América Latina”, aposta.

Quem viaja pouco, entretanto, vai ficar mais um tempo no desejo. Não há previsão para essas marcas ganharem as ruas brasileiras. A entrada no Duty Free já é um avanço e faz parte de um programa de internacionalização (International Program) das grifes – que inclui países como Malásia, China, Irlanda, Filipinas e Japão. Antes disso, apesar dos nomes “buraco” e “república da banana”, nenhuma dessas empresas irmãs queriam ser plantadas em territórios exóticos.