O deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) tem todo o direito de discordar de decisões e propostas do ministro do STF Joaquim Barbosa – e ele discorda quanto ao foro privilegiado para políticos que são processados, uma vez que tal prerrogativa implica menos instâncias de defesa para o réu. Mas o deputado Júlio Campos não tem nenhum direito de chamar Barbosa, que é negro, de “ilustre ministro moreno escuro”, como fez na semana passada. Bem mais do que ser informalmente acusado de “politicamente incorreto”, o deputado pode ser legalmente processado por racismo. Desculpou-se alegando que se referiu assim a Barbosa porque momentaneamente esquecera seu nome. Ficou pior o cerzido do que o rasgado: como será, por exemplo, que o deputado chamaria um cadeirante, caso esquecesse o seu nome? E um soropositivo para HIV seria chamado de quê? 


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