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Foi na casa dos tios no pequeno município de Gama, cidade satélite de Brasília, que Marco Gomes teve seu primeiro contato com computadores. Ele tinha oito anos e, curioso, acompanhava o encaixe de peças e circuitos que os tios traziam do exterior para montar as máquinas e revender no Brasil. Dezesseis anos depois, o jovem tem sua própria empresa de tecnologia e publicidade, a boo-box, que exibe um bilhão de anúncios por mês e atinge 42% dos internautas brasileiros. “No começo era apenas uma diversão. Mas aos poucos comecei a ver que a internet podia se tornar o meu trabalho”, conta o jovem, que começou a elaborar sites aos 12 anos e já trabalhava em uma empresa de publicidade aos 14.

A boo-box, empresa que Gomes fundou aos 20 anos, se baseia em uma premissa: toda vez que alguém publica algo em sites como Facebook e Twitter, está gerando riqueza para os criadores das ferramentas. Isso porque o valor das redes sociais está justamente na quantidade de pessoas que as usam. “Todo mundo que publica alguma coisa na internet tem que ser recompensado, porque está gerando riqueza”, defende Gomes. A boo-box então oferece pagamento para quem se dispõe a divulgar mensagens de propaganda em seu blog ou diretamente nas redes sociais. Entre os anunciantes estão empresas como Itaú e Audi. Enquanto o internauta pode escolher de forma simples que tipo de mensagem vai publicar, a empresa consegue chegar mais perto de seu cliente, por meio de seus amigos e pessoas cuja opinião ele respeita. Quem é mais popular no Twitter ou no Facebook lucra mais com as mensagens postadas. Parece simples, mas a verdade é que ninguém tinha pensado nisso antes.

A ideia é tão inovadora que o TechCrunch, site que serve como celeiro para talentos da área, chamou Gomes de “visionário da tecnologia”. Sua história é contada no livro “Brilliant, Crazy, Cocky – How the Top 1% of Entrepreneurs Profit From Global Chaos” (algo como Brilhante, Doido, Convencido – Como os 1% Melhores Empreendedores Lucram com o Caos Global), escrito pela jornalista Sarah Lacy, referência nos EUA quando o assunto é tecnologia. Na obra, Sarah Lacy percorreu cidades da índia e da China, além de vir ao Brasil, para mostrar jovens inovadores nos países emergentes. Confiante, ela diz que no século XXI não importa mais quando ou onde você nasceu. “Ainda há grandes diferenças e nem todos têm a mesma chance. Mas tem se tornado cada vez menos importante o lugar onde você nasceu e mais o que você faz e que informação que você tem. Esse é o valor da internet”, concorda Marco Gomes.