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Os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-7 – grupo que reúne as sete maiores economias do mundo – farão uma teleconferência na noite desta quinta-feira (17), para discutir maneiras de apoiar os esforços do Japão para superar os efeitos do terremoto e do tsunami da semana passada. O anúncio foi feito nessa quarta pelo Ministério das Finanças da França.

O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, disse em entrevista nesta quinta que a teleconferência ocorrerá às 7 horas pelo horário local (19 horas de Brasília). A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, havia dito que entre as medidas a serem discutidas está a possibilidade de os países do G-7 comprarem bônus do governo do Japão.

Iene

O avanço do iene para um recorde histórico diante do dólar gerou alertas de autoridades do governo do Japão, que atribuíram a valorização da moeda à especulação, em uma aparente tentativa de justificar potenciais intervenções no mercado de câmbio. O dólar caiu para a mínima histórica de 76,25 ienes no início da sessão asiática desta quinta como consequência das preocupações com a crise nuclear japonesa. "Sob essas condições do mercado, há várias especulações e movimentos nervosos", afirmou o ministro de Finanças japonês, Yoshihiko Noda. "Com base nisso, vou observar de perto a situação do mercado", limitou-se a dizer, sem comentar se o Japão vai ou não fazer uma intervenção no câmbio pela primeira vez em seis meses.

O tom relativamente comedido de Noda sugere que o ministério não está imediatamente disposto a vender ienes no mercado de câmbio. No entanto, participantes do mercado disseram que uma intervenção é provável se o iene continuar subindo. A moeda japonesa está sob pressão de alta desde que o desastre natural gerou expectativas de que empresas de seguro do Japão tenham de reduzir os investimentos no exterior para levantar recursos para cobrir os danos no país. Mas as autoridades japonesas parecem rejeitar a ideia de que a repatriação de fundos esteja por trás da alta do iene.

O ministro da Economia do Japão, Kaoru Yosano, afirmou que essa ideia é "totalmente sem fundamento". Segundo Yosano, funcionários do ministério asseguraram que as seguradoras têm ampla liquidez em mãos e não precisam converter ativos estrangeiros em ienes. A mesma opinião tem sido defendida pelo Banco do Japão (BOJ) e pela agência de Serviços Financeiros do país.

Em setembro do ano passado, Tóquio interveio no câmbio pela primeira vez em mais de seis anos, vendendo 2 trilhões de ienes para controlar a valorização da moeda. A alta do iene é uma má notícia para o setor industrial japonês, que é dependente de exportações e tem enfrentado graves problemas desde o terremoto de sexta-feira.