A crítica é unânime: Terminator 3 – rise of the machines é horrível. O crítico do jornal The New York Times, por exemplo, assim resume a fita estrelada por Arnold Schwarzenegger, Nick Stahl e Kristanna Loken: “Trata-se de um filme B, constituído de barulho, idiotice e obviedades.” Um outro vai mais longe: “Uma desavergonhada sequência gananciosa de lucro fácil, que coloca os efeitos especiais acima da criatividade.” Todos eles têm razão. Pense bem: quem quer ver um sujeito marombado como Schwarzenegger saindo na porrada com uma mulher escultural, e o que é pior, perder a parada? Mas, como diz o fortão com seu sotaque tirolês: “Eu voltei!”

Agora, dez anos se passaram desde que o personagem John Connor (Stahl) – espécie de messias que comandará a humanidade numa
guerra contra as máquinas – foi salvo por um robô exterminador (Schwarzenegger) enviado do futuro. No segundo episódio, as platéias haviam deixado as salas de projeção do mundo todo aliviadas, sabendo que a raça humana havia sido salva do juízo final, pois as possibilidades de se construir um supercomputador autoconsciente e malvado foram definitivamente aniquiladas pelos músculos e trabucos do ator austro-americano. Os pobres diabos, porém, não imaginavam que em Hollywood tudo é possível. Até mesmo perpetrar uma sequência para um enredo encerrado. E não é que desta vez aparece mais uma dupla de cyborgs
na mesma missão de matar ou salvar Connor? Só que esta continuidade apresenta mais buracos do que os colocados por Schwarzenegger no
belo corpinho de pele metálica de Kristanna, a intérprete da robô
T-X de ultimíssima geração.

Nas brigas, Schwarzenegger não pode com Kristanna, que literalmente lhe arranca o couro. Como robô de nova geração, ela parece um canivete suíço high tech com lança-chamas, canhão de descarga elétrica, serra circular e chave de fenda para informática. Tudo só na mão direita. Para dar suas muitas peitadas, os dois rivais escolhem como ringue um banheiro de escritório público. Ele a joga numa privada. Ela o agarra pelas partes sensíveis e no fim decapita o machão, literalmente mexendo com sua mente. Coisas de mulher. O resultado é uma mesmice que se arrasta tão letárgica quanto a interpretação de Nick Stahl – no início ele toma um vidro de barbitúricos e parece não sair mais do barato sonolento. Pouco importa, a essa altura os espectadores também estão sentindo os mesmos efeitos soporíferos desta produção dirigida por Jonathan Mostow, que só jogou na mistura uma mulher cheia de curvas e fez um pastiche dos melhores momentos de seu antecessor James Cameron. Ao final, a sensação é a de que O exterminador do futuro 3 – a rebelião das máquinas – que estréia no Brasil dia 1º de agosto – provoca menos medo e emoção do que a ativação de um liquidificador sem tampa.