Armas

Não costumo escrever para as redações, mas desta vez não pude
me conter. É revoltante. Querem proibir o cidadão de bem de defender
a si e a sua família, deixando o caminho livre para a bandidagem. Em vez de proibir o porte, deveriam treinar o cidadão comum no uso de armas para autodefesa, já que a polícia não consegue cumprir a sua função
de proteger a população, por obra e graça de políticos inconsequentes, que deixam de destinar verbas para aparelhamento, treinamento e pagamento de melhores salários para os quadros das polícias civil,
militar e federal. Esses políticos têm a cara-de-pau de sugerir idéias estapafúrdias como essa e ainda querem ser levados a sério. Já que
o cidadão comum não poderá mais portar armas, sugiro que não se esqueçam de estender a mesma proibição aos políticos e aos seus guarda-costas, já que eles devem ser os primeiros a acreditar que nossas cidades são tão seguras e que armas para defesa são desnecessárias. “Trafico de armas” (ISTOÉ 1764).
Carlos Antônio Kelm
São Francisco do Sul – SC

Da mesma forma que não se pode revogar a lei da gravidade ou mesmo erradicar o analfabetismo por decreto; também não se pode erradicar a violência proibindo o porte e a posse legal de armas. O problema não é o porte legal, mas sim o porte ilegal de armas. Se o governo quer realmente controlar as armas de fogo, ele deveria dificultar o contrabando regulamentando a lei do “abate”, que permitiria à Força Aérea Brasileira abater aviões de contrabandistas que invadem o território nacional sobre o olhar complacente do Sivam, e adotar sanções diplomáticas e comerciais contra o Paraguai, Argentina e Colômbia.
Oswaldo José Pereira
Belo Horizonte – MG

ISTOÉ publicou uma das melhores matérias do ano sobre o tráfico de armas. Mais de uma pessoa de minhas relações ficou devendo meses de serviço militar obrigatório e foi “convocada” pela Polícia da Aeronáutica para patrulhar – com uma arma apenas nas mãos e sem treinamento – fronteiras ao Norte do Brasil, onde se dizia que oficiais da patente de brigadeiro estavam conduzindo, em aviões da FAB, armas clandestinas para o Brasil. Essas pessoas voltaram. Em “off” confirmaram que é tudo verdade, mas como gostam de preservar a vida, oficialmente nada aconteceu por lá. Políticas públicas e papers intelectuais pouco adiantam: a questão mesmo é da clandestinidade e da impunidade. Temos amplas fronteiras “porosas”, com a conivência e a participação de autoridades do mais alto grau. Como combater isso? Dando o devido valor às Forças Armadas e à Polícia Federal, que em sua maioria não se corrompem, esquecendo o ranço dos anos de ditadura militar, remunerando bem essa categoria de servidores essenciais e bem equipando seu pessoal. Isso seria apenas o começo: sem nem ao menos darmos o passo inicial, só teremos polícia menos armada que bandidos, militares morando em favelas, etc. Em resumo: é vontade política mesmo.
Célio Levyman
São Paulo – SP

Reforma

Tenho nível superior e sou funcionário público do Poder Judiciário há três anos. Meu contracheque, assim como o de milhares de outros colegas, não é milionário como divulgam. Meus vencimentos, somados todos os auxílios (transporte e alimentação) não chegam a R$ 1.600,00. É fácil alardear que a média dos servidores do Judiciário é de R$ 8.000,00. Esse tipo de cálculo nunca retrata a real situação, haja vista que a renda per capita do Brasil, por exemplo, é muito boa também, e a maioria vive de salário mínimo. Que se corte, sim, o acúmulo de aposentadorias milionárias como a do presidente do STF e a imunidade de políticos, militares e pensionistas de tudo que é reforma neste país. “O recuo do recuo” (ISTOÉ 1764).
Clodomárcio S. Oliveira
Rio de Janeiro – RJ

 

O recuo do recuo demonstra como o governo petista é suscetível às pressões dos chamados “servidores especiais”, grupo este formado por um batalhão de servidores da Justiça do mais alto escalão que se arvoram o direito de manter certos benefícios a custa do erário. O recuo do governo das idéias originais propostas só serve para desmistificar a idéia de que o PT realmente sonhava fazer uma reforma previdenciária que atingisse a todos de maneira equilibrada e não uma reforma estética para inglês ver.
Lander das Dores Silva
Belo Horizonte – MG

 

Ecologia

Não é só ao meio ambiente que este lixo chamado pneu usado faz mal. Enganado pelo jargão “importado”, coloquei quatro deles em meu carro e parti para uma viagem de mil quilômetros. Por Deus não nos envolvemos em um grave acidente. Três dos referidos pneus derreteram com o calor da rodovia. Provocando sérios danos em nossa viagem. “Herança indigesta” (ISTOÉ 1764).
Auriberto Gomes de Souza
Goiânia – GO

 

África

Parabéns a Nelson Mandela por deixar o seu país para não ter que passar o dissabor de cumprimentar o presidente George W. Bush, em recente visita a África. “Afagos aos pobres” (ISTOÉ 1764).
Habib Saguiah Neto
Marataízes – ES

 

Fome Zero

É o Brasil servindo de modelo para o mundo. Foi necessário alguém
que viu de perto a cara da fome e da miséria assumir a Presidência
da República para que os excluídos tivessem vez, voz e comida. O
Fome Zero é assistencialista porque tem que começar assim. Agora,
com os famintos de barriga cheia, vejo que o governo começa a
trabalhar no sentido de encontrar meios de fixá-los e dar a eles o que mais procuram: dignidade, emprego, educação, saúde e lazer. “Padrão brasileiro” (ISTOÉ 1764).
Alcebíades Flávio da Silva
Porto Velho – RO

 

Anatel

Depois de muito pesquisar, descobrimos que a função da chamada “agência reguladora” Anatel seria fazer com que as telefônicas instaladas no Brasil fornecessem serviços dignos e a preços justos aos usuários de telefones no Brasil. Entretanto, nada disto acontece, porque esta herança maldita do governo FHC foi criada exatamente igual a sua irmã americana, a Federal Communications Commission (FCC), que só funciona nos EUA a favor das concessionárias. O conselheiro e presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, tem mandato fixo e não pode ser demitido. Ninguém aqui no planeta Terra pode contestar qualquer decisão da Anatel. “O espólio do mal” (ISTOÉ 1764).
Wilson Gordon Parker
Macaé – RJ

 

Silvio Santos

Enganar a população de um país que o fez ficar milionário é chocante. Silvio Santos está nos Estados Unidos, gastando dinheiro, aproveitando a vida e rindo da nossa cara. “Acredite se quiser” (ISTOÉ 1764).
Marcelo M. Pereira
Florianópolis – SC

Escravidão

Gostaríamos de esclarecer que a Monsanto não emprega crianças para a colheita do algodão na Índia, conforme mencionou o indiano Kailash Satyarthi, na reportagem “Criança é para brincar” (ISTOÉ 1764), e em nenhum outro país. No caso da Índia, a empresa nem produz sementes de algodão. Ela é acionista minoritária da Maharashtra Hybrid Seed Company (Mahyco), a qual comercializa sementes híbridas. A Mahyco assegura que trabalha seguindo a legislação do país e não utiliza trabalho infantil. Além disso, a Monsanto da Índia é integrante de um grupo de empresas que lutam pela erradicação do trabalho infantil, a Consortium of Employers Associations for the Eliminition of Child Labor (Cease – Child Labor). Informamos ainda que a empresa patrocina no Brasil, pelo “Monsanto Fund”, diversos programas que beneficiam crianças. Entre eles, o “Crianças Saudáveis, Futuro Saudável”, realizado em parceria com a ONG Inmed Brasil, cujo objetivo é reduzir, com o apoio da comunidade e funcionários da Monsanto, o número de doenças que atrasam o desenvolvimento das crianças. Lançado em 2000, com investimentos de US$ 540 mil, esse programa já atendeu 30 mil crianças. No total, a Monsanto investiu mais de US$ 2 bilhões entre 2000 e 2003 em projetos sociais, em sua maioria voltados para beneficiar o meio ambiente e educação infantil.
Lúcio Pedro Mocsányi
Diretor de Comunicação
Monsanto do Brasil
São Paulo – SP

 

Governo

Em virtude da citação de dois de nossos diretores e do meu próprio nome na reportagem “Tiroteio federal” (ISTOÉ 1761), publicada em 2 de julho último, venho solicitar a publicação desses esclarecimentos para estabelecer a verdade dos fatos. Em primeiro lugar quero informar que não houve quebra de cronologia na ordem de pagamento ou favorecimento à Construtora Queiroz Galvão, que é uma das nossas associadas juntamente com outras 300 empresas, por ocasião da liquidação de parte das dívidas atrasadas (restos a pagar) do ano de 2002, conforme diz a reportagem como uma denúncia de um ex-diretor do DNIT, que foi afastado do cargo. Vamos aos fatos: havia um montante de dívidas de 2002 que alcançava o total de R$ 670 milhões, relativas a obras realizadas e não pagas pelo DNIT. Em princípio o governo não reconhecia dívida, depois reconhecia e queria pagar com desconto e parcelado e, por último, chegou a um acordo com as construtoras do setor que tinham faturas a receber. O Ministério dos Transportes dispunha em seu Orçamento de 2003 para investir em nosso setor o total de R$ 700 milhões. Com este valor ele só teria condições de pagar a dívida do ano passado. No governo Lula, segundo nos informam, existe um princípio de que só se faz despesa quando se tem recursos para pagar, ao nosso juízo medida correta, muito salutar. Portanto, a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor) propôs um acordo que previa o pagamento de 50% da dívida até julho, sendo
R$ 124 milhões que já estavam no Ministério, de imediato. Os 50% restantes de 2002 seriam pagos ainda no segundo semestre, de acordo com as disponibilidades da receita. Em nome da verdade esclareço que todo o pagamento feito foi rigorosamente dentro do acordo, com a presença de 116 empresas que têm dívidas atrasadas a receber de 2002 e que não houve quebra da cronologia de pagamentos, conforme determina a legislação em vigor. Não houve portanto nenhuma irregularidade. Ninguém furou a fila de pagamentos ou recebeu a mais do que tinha direito.
José Alberto Pereira Ribeiro
Presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor)

Brasília – DF