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Waiter era uma jovem universitária chinesa que descobre o amor quando engravidou de um colega. Assim como uma outra mulher, nora do líder de uma aldeia, ela nem sequer conheceu o seu bebê após o parto. As duas tinham em comum o fato de dependerem de uma parteira e de terem dado à luz meninas. Esses relatos chocantes estão no livro “Mensagem de Uma Mãe Chinesa Desconhecida” (Companhia das Letras), da jornalista Xinran. São histórias de mães anônimas que guardam a culpa e a incompreensão de terem sido privadas de suas filhas – às vezes pela adoção, outras pelo assassinato.

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Leia um trecho do livro:

Prefácio
Um livro escrito para
filhas adotivas

Levei muito tempo até reunir a coragem para reviver algumas
das lembranças e experiências de minha vida como repórter na
China. Em As boas mulheres da China, escrevi sobre as corajosas
chinesas que me contaram suas histórias quando eu trabalhava
como apresentadora de um programa de rádio. Mas havia histórias
que eu ainda não conseguira contar. Eram dolorosas demais
e próximas demais. Não sou uma mulher especialmente corajosa;
sou apenas uma mulher que deseja sentir o abraço de uma mãe e
aquela relação vitalícia de amor e dependência que há entre mãe
e filha. Pouco a pouco esse desejo abriu caminho em mim, até que
começou a dominar meus pensamentos dia e noite. Redespertar
essas lembranças ameaçava abrir velhas feridas: eu sentiria falta
de minha própria mãe mais do que nunca, e ficaria ainda mais
amargurada por jamais ter experimentado tal tipo de amor.

Em um evento de que participei na Feira Internacional do
Livro de Melbourne, Austrália, em 2002, alguém me perguntou:
“Xinran, qual é o seu sonho?”.