Organização das Nações Unidas (ONU) produz e divulga um importante indicador, o Relatório de Desenvolvimento Humano, que serve basicamente para monitorar a eficiência dos governos em relação a seus cidadãos. Na quarta-feira 8 foi divulgado o mais recente desses relatórios, e suas conclusões nos dão, a nós cidadãos brasileiros, motivos de algum otimismo e muita vergonha. Estar, por exemplo, à frente somente de algumas poucas e miseráveis nações africanas, como Botsuana e Serra Leoa, no quesito concentração de riqueza é de fazer corar qualquer um. A coisa piora quando se sabe que essas nações produzem muito menos riqueza que o Brasil.

O otimismo se deve ao fato de que, de 2000 para 2001, houve aumento da expectativa de vida: passou de 67,6 para 67,8 anos. Também na educação a taxa de matrículas escolares entre os sete e os 14 anos subiu de 92,9% para 95,1%. Essas são boas notícias. Em outro ponto avaliado pela ONU – o saneamento básico –, nosso desempenho também causa vergonha. Em pouco mais de dez anos, a fatia da população com direito a ter um banheiro em casa, e esse banheiro estar conectado a linhas de esgoto organizadas, passou de 71% a pífios e, de novo, vergonhosos 76%. Fazendo-se a conta: dos 176 milhões de brasileiros, mais de 32 milhões não têm direito a banheiro. É muita vergonha
para pouco otimismo.