O adeus da grande dama do cinema

Na terça-feira 1º todas as luzes da Broadway se apagaram. Foi a primeira vez que isso aconteceu honrando uma personalidade do showbusiness. Foi também a última homenagem à diva Katharine Hepburn, que morreu no domingo 29 devido a complicações causadas pelo mal de Parkinson. Durante toda a semana amigos e fãs depositaram flores em frente à sua casa em Connecticut e sobre a sua estrela na calçada da fama. O currículo da grande dama do cinema é recorde: 12 indicações ao Oscar e nove prêmios como melhor atriz. Sua primeira estatueta veio aos 24 anos com o filme Dias de glória. Hepburn sempre foi avessa ao mundo das fofocas de Hollywood, não dava entrevistas e prezava a sua privacidade. Nem quando assumiu o seu relacionamento com o ator Spencer Tracy, que era casado, se deixou abalar pelos comentários da imprensa. Ao saber da morte da colega, Elizabeth Taylor cunhou-lhe um elogio definitivo: “Apenas se podia desejar ser como ela.”

ACM perdeu

Os jornalistas de ISTOÉ Mário Simas Filho e Mino Pedrosa foram absolvidos pela Justiça Federal de São Paulo da acusação de calúnia e injúria lançada pelo senador Antônio Carlos Magalhães. A origem do processo foi a reportagem Laços de Sangue na qual ficou demonstrado que ACM tinha ascendência sobre 79% das ações do grupo empresarial baiano OAS Ltda., então acusado pela Polícia Federal de desviar cerca de US$ 500 milhões. Simas Filho e Pedrosa foram representados na Justiça pela advogada criminal Andréa Guedes Miquelin. Um trecho da sentença de 18 de junho de 2003: “A reportagem (…) não produziu nenhum fato. Apenas reproduziu fatos há muito explorados em grande escala pela imprensa, alimentada pelos mesmos escândalos anteriormente narrados (…) Os jornalistas experientes (fato público e notório) apenas reproduziram entrevistas e material colhido em investigação previamente realizada (…).”

Mentira, morte e justiça com as próprias mãos

No sábado 28 o estudante Cristiano Alves, 16 anos, esteve na concessionária Duzac na cidade gaúcha de Capão da Canoa. Um dos vendedores da loja deixou cair uma moto e a danificou. Temendo ser demitido teria mentido aos donos da loja: dissera que Cristiano e dois amigos tentaram assaltá-lo. Os proprietários da concessionária, Carlos Saturnino Soares e Carlos Saturnino Soares Junior, resolveram então fazer justiça com as próprias mãos. Teriam perseguido Cristiano, que estava de bicicleta, e o teriam atropelado. Duas testemunhas afirmam que ele foi atingido por um BMW preto (mesmo modelo que pertence a Soares) e depois foi surrado com um taco de beisebol por Soares Junior. O empresário diz que o moço foi atropelado por outro carro que fugiu. No domingo 29, após o enterro do estudante, mais de mil habitantes da cidade também resolveram fazer justiça por conta própria: incendiaram a concessionária, destruíram quatro viaturas policiais e apedrejaram a casa de Soares, que abandonou a cidade.

Morre Ary Carvalho

O jornalista Ary Carvalho, proprietário do jornal carioca O Dia, morreu na sexta-feira 4 aos 69 anos vítima de acidente vascular cerebral. Ele estava internado desde 21 de maio no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro. Carvalho foi diretor do jornal Última Hora e lançou o tablóide gaúcho Zero Hora em 1964, para depois vendê-lo à RBS. Em 1983, o jornalista adquiriu O Dia, o modernizou e o transformou num dos maiores jornais do País.