Há uma tendência no campo da saúde pública que preocupa as autoridades de quase todo o mundo: é cada vez maior o número de adolescentes que engravidam, e cada vez mais cedo dentro da própria adolescência. “Isso está relacionado à falta de prevenção e à ausência de um projeto pessoal com um futuro bem planejado”, disse a ISTOÉ a obstetra da USP Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente de São Paulo (foto). E é justamente de São Paulo que vem a boa notícia: essa tendência está começando a ser revertida em todo o Estado. Nas estatísticas de 2002, agora reveladas, observa-se que dos 631.853 partos realizados, 116.368 foram em adolescentes na faixa etária dos dez aos 19 anos (idade em que se encerra a adolescência segundo a OMS). Esse número ainda é alto e preocupante, mas houve uma queda de 21,4% – se comparado aos índices de 1998 –, fazendo com que São Paulo acompanhe a tendência que também ocorre na Dinamarca e no Japão. “Agora sabemos que o programa de prevenção adotado em São Paulo em 1998 começou a dar bons resultados quatro anos depois”, diz Albertina. Naquele ano, uma pesquisa revelou que 90% de 2,5 mil adolescentes entrevistadas admitiam conhecer métodos anticoncepcionais, mas não o usavam e acabavam engravidando.

“Agora sabemos que o programa de prevenção adotado em 1998 começa a dar bons resultados”