Jose Américo Grippi tem 66 anos e é bancário aposentado. Durante três décadas viveu em Minas Gerais uma relação homoafetiva estável com o capitão do Exército Darci Teixeira Dutra. Quando o parceiro morreu em 1999, Grippi pleiteou junto às Forças Armadas o recebimento de pensão. Ouviu não. Foi então à Justiça. Primeiro, a Vara da Família admitiu que de fato ele tem direito a metade dos bens deixados pelo capitão. Agora, 12 anos após o falecimento de seu companheiro, a Justiça Federal mandou na semana passada o Exército pagarlhe a pensão – as duas irmãs de Dutra, que eram as únicas pensionistas, abriram mão do valor integral que recebem para que parte dele seja destinada a Grippi. Como isso não implica onerar os cofres públicos, a Advocacia-Geral da União não vai recorrer da decisão da Justiça Federal.