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CONSCIENTES
A advogada Juliana, o empresário Nakagawa
e a consultora Carolina são membros da associação

À medida que cresce a preocupação com as questões sociais e ambientais, um novo tipo de ofício ganha espaço no mercado brasileiro. São engenheiros, advogados, jornalistas e outros profissionais que têm como função trabalhar em prol da sustentabilidade, seja dentro de indústrias e organizações não governamentais, seja como autônomos.

Uma prova do crescimento desse setor vem do próprio governo. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deve divulgar ainda no primeiro semestre um projeto de “política de desenvolvimento produtivo” que, de acordo com sua assessoria, vai buscar aplicar a sustentabilidade no setor industrial. Com novas exigências, muitos terão que se adaptar e aprender a produzir de modo social e ambientalmente responsável. Alguns empresários já começam a procurar profissionais que saibam tornar isso viável sem prejudicar o lado econômico. É o que faz a advogada Juliana Amaral Toledo, especialista na legislação da área. “As empresas que me procuram querem estimular um comportamento sustentável ou estão trabalhando com tecnologias para diminuir seu impacto na natureza”, explica.

Como esse novo conceito permeia áreas tão distintas como a linha de produção de um objeto ou o bem-estar de uma comunidade, os campos de atuação são os mais diversos possíveis. “É preciso abrir a mente para várias alternativas. Quem quer trabalhar com sustentabilidade pode se encaixar em muitas áreas. E às vezes a pessoa não tem consciência desse potencial, nem as próprias empresas”, pondera Anna Vicente, arquiteta que se especializou na conscientização ambiental de clientes, funcionários e fornecedores das lojas Walmart.

Se o setor de atuação não é um ponto em comum, os objetivos profissionais se aproximam. “Acho que todos que trabalham com o tema da sustentabilidade têm uma vontade muito grande de mudar uma comunidade, uma cidade ou uma empresa”, analisa a consultora ambiental Carolina Piccin. Seguindo essa tendência, na semana passada foi lançada em São Paulo a Associação Brasileira de Profissionais da Sustentabilidade (Abraprosus). “Sempre nos encontrávamos em eventos e palestras. Aí surgiu a vontade de compartilhar ideias e começamos a trocar e-mails. Agora, estamos oficializando a associação”, conta o idealizador da entidade, o empresário Marcus Nakagawa, que já desenvolveu projetos na área de sustentabilidade para empresas como Nestlé, TIM e Fiat.

O desafio é enorme, mas a boa notícia é que existem cada vez mais pessoas interessadas em atuar na área. “Temos uma demanda tão grande pelo nosso master em gestão ambiental que a partir de 2012 vamos oferecer as aulas também online”, revela a vice-coordenadora do curso na Fundação Getulio Vargas, Luciana Betiol. Apesar do crescimento, ela afirma que no Brasil a oferta desse tipo de especialização ainda é pontual. “Você consegue contar nos dedos as universidades brasileiras que têm cursos fixos nessa área”, concorda Nakagawa (leia quadro). O objetivo da criação de uma associação de profissionais que trabalham com o tema é justamente esclarecer os princípios básicos de um conceito ainda novo para muita gente. E, de quebra, contribuir para espalhar a ideia de que o mundo pode ser muito melhor.

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Colaborou Hugo Marques