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TRANQUILO
O Galeão é o aeroporto que tem espaço para oferecer conforto aos passageiros
 

Depois da anunciada demissão de sua presidente, a economista Solange Vieira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) resolveu bater de frente com a Infraero, ao determinar que as tarifas aeroportuárias serão reajustadas pelo critério de eficiência. A nova metodologia, porém, traz erros de origem, quando compara o desempenho econômico dos aeroportos, sem considerar os gastos com investimentos. Comete, por exemplo, enorme injustiça ao classificar o Galeão-Tom Jobim, do Rio de Janeiro, como o pior aeroporto do País. O estudo da Anac causou mal-estar, principalmente na Infraero. O Galeão foi o aeroporto que mais recebeu investimentos do governo federal nos últimos anos. Apesar dos problemas pontuais, como reformas de banheiros e dos elevadores, tem a maior pista de pouso e decolagem do Brasil, com quatro mil metros por 45 metros, um moderno e bem equipado terminal de logística de cargas e a relação mais folgada de metro quadrado por passageiro. Com as obras dos terminais 1 e 2, o Galeão passou a ter capacidade para receber 20 milhões de passageiros por ano.

Mas, ao estabelecer as regras das novas tarifas, a Anac ignorou a infraestrutura e o nível dos serviços e do conforto do aeroporto do Rio. A Infraero não considera o Galeão tão problemático. O que prejudica o aeroporto é a baixa utilização por parte das empresas aéreas, inclusive as brasileiras, que operam rotas internacionais. “A Anac olha apenas a movimentação e mais nada”, disse à ISTOÉ um superintendente da Infraero. Recentemente, a Infraero tentou convencer executivos da Ibéria, interessada em ampliar os voos Brasil-Espanha, a sair e entrar pelo Rio de Janeiro. Mas os espanhóis preferiram Guarulhos, por uma questão de conveniência comercial, porque São Paulo é o principal destino de homens de negócios. Após a propaganda negativa feita no relatório da Anac, a Infraero tentou contornar a situação com um paliativo. Aplicou descontos nas tarifas aeroportuárias do Galeão e também de outro prejudicado, Confins, em Belo Horizonte, na tentativa de atrair empresas. Em horários fora de pico, as tarifas receberão descontos de até 70%.

O presidente interino da Infraero e diretor das operações, João Márcio Jordão, explica que o reajuste era necessário, porque as tarifas de pouso nacional não eram alteradas desde 1994. “A regulação de como devem ser feitos esses reajustes é importante. E até 2013 terá por base a inflação, mas resolvemos dar um incentivo tarifário para Galeão e Confins porque eles têm capacidade ociosa”, disse Jordão.

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