Terra de gigantes

Esquentou a guerra entre os mecanismos de busca na internet. A Microsoft lançou o MSN Search (www.msn.com), que, além de textos e fotos, agora também procura imagens de vídeo. Assim como já faz o rival Google. Como todo o conteúdo da enciclopédia Encarta, de Bill Gates, também está online, o internauta mal percebe quando a procura foi feita na rede, na enciclopédia ou em seu computador. O endereço vasculha páginas de 25 países em dez idiomas. O serviço em português estará no ar no primeiro semestre. Já a loja virtual Amazon lançou um serviço em que o internauta americano que achar algo interessante em suas páginas pode fazer a ligação telefônica diretamente pelo computador. A vantagem é que a tarifa é mais baixa do que as chamadas telefônicas convencionais.

Bons de cuca

Depois de sete anos analisando o cérebro de vários animais, um grupo liderado pelo neurocientista Erich Jarvis, da Universidade de Duke (EUA), chegou à conclusão de que os pássaros são mais espertos e adaptáveis do que se imaginava. Seu cérebro é tão desenvolvido e capaz quanto o dos mamíferos. Dois exemplos são emblemáticos: os corvos, que fazem ferramentas, e os papagaios, que imitam a voz humana com perfeição.

Murmúrios do mar

Passada a tragédia no Sul Asiático, a ciência reforça os estudos oceânicos. Há tempos os aparelhos registram o murmúrio constante vindo do mar, uma espécie de terremoto submerso independente das placas tectônicas. O sussurro pode dar pistas sobre a força de fenômenos meteorológicos como o El Niño. A universidade britânica de Cardiff foi mais longe e investiu 250 mil libras (R$ 1,3 milhão) no mapeamento tridimensional do mar. A idéia é reproduzir em laboratório o oceano para que os cientistas ajam como se estivessem debaixo d’água.

Mobilizar é preciso

Mais do que um encontro de alternativos lutando por um mundo melhor, o Fórum Social Mundial é um espaço democrático que resgata o poder da mobilização. Nós, que lutamos há 12 anos pela aprovação do Projeto de Lei da Mata Atlântica, tivemos a oportunidade de levar nosso grito de forma irreverente à passeata de abertura, com 18 caixões que representam as principais ameaças ao bioma. Para isso, convocamos as pessoas para plantar árvores num espaço público e para monitorar a qualidade da água do rio Guaíba. Além de envolver os participantes em vivências reais, o fórum permite a troca de experiências, a formação de quadros e redes de comunicação. Muitos projetos, como o monitoramento participativo da qualidade da água do rio Tietê, que a SOS promove em São Paulo, podem ser replicados em qualquer lugar do planeta. É uma pena que alguns reduzam um evento capaz de reunir 155 mil pessoas de 135 países – além de 2,8 mil voluntários – a clichês baratos, como gente pelada, índio na cidade, rombos de Hugo Chávez e camisetas estampadas com Che Guevara. Como diria Mahatma Gandhi: “Sejamos a mudança que queremos ver no mundo.”
Mario Mantovani
Diretor de Mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica
www.sosmatatlantica.org.br