A volta dos empregos

Pautado por seu jornal, no início dos anos 90, o repórter Ricardo Kotscho procurou seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva para saber quem seria o Lula dos anos 2000. Teve a seguinte resposta: “Procura o Luiz Marinho.” Tratava-se de um obscuro militante da Central Única dos Trabalhadores. Hoje Marinho é o presidente da entidade num dos seus momentos mais difíceis, o de aliado do governo federal quando boa parte dos sindicatos está contra o governo. Pois bem, na primeira quinzena de julho Marinho terá um encontro pessoal com o velho amigo Lula. Vai sair com a seguinte bandeira: a CUT aceita negociar a reforma da Previdência, mas com uma condição: quer a diminuição das horas de trabalho para todos os trabalhadores do Brasil, com proibição de horas extras. No fundo, ele sabe que Lula é favorável à proposta, embora ela seja difícil de viabilizar junto ao empresariado. Mas, se conseguir aprovar a idéia, Marinho poderá dizer, sem falsa modéstia, que conseguiu um dos maiores instrumentos de criação de empregos para o País nos últimos tempos. Não é pouca coisa.


É grave a crise

O juiz Litelton Vieira de Melo determinou: o ex-secretário de Educação de Assunção do Piauí e o filho do prefeito da cidade terão que devolver o material que pegaram da escola pública local. Tratam-se de um aparelho de televisão, um videocassete e a antena parabólica.
 

Acidentes de trânsito

Uma boa lei nem sempre é suficiente. Caso exemplar é o Código Brasileiro de Trânsito, reconhecido como uma das legislações mais avançadas do setor. Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento, mostra que os custos totais dos acidentes de trânsito nas áreas urbanas do País representam R$ 5,3 bilhões por ano. É dinheiro bastante para financiar a construção anual de 230 mil casas populares, calcula o deputado Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco, ex-secretário nacional de Trânsito, do Ministério da Justiça e um dos autores do Código de Trânsito em vigor.

E Miro vai para onde?

Conforme esta coluna adiantou na semana passada, o ministro das Comunicações, Miro Teixeira (PDT), suspendeu sua negociação de trasferência para o PMDB à espera de uma definição sobre a expulsão de Anthony Garotinho do PSB. Garotinho terá que definir, esta semana, se continua no partido. Se sair, Miro é candidato natural a governador do Rio de Janeiro, já com o apoio do Palácio do Planalto. Agora ele só espera saber se Lula promoverá a criação de um novo partido governista.

Briga em família

A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA) está apoiando seu antigo desafeto, o cunhado Ricardo Murad (PSB), para candidato a prefeito de São Luiz. Seu irmão, Zequinha Sarney, hoje um esquerdista de carteirinha avisa: “Se Roseana esqueceu o que o Ricardo fez, é problema dela. Eu tenho memória.”

“Lula acha-se a Santíssima Trindade: Executivo, Legislativo e Judiciário”
Da deputada Yeda Crusius (PSDB-RS) sobre os
ataques de Lula aos outros dois poderes

Rápidas

• Da deputada Francisca Trindade (PT-PI) sobre sua audiência com o secretário Nacional de Cidades: “Serão suspensos todos os leilões de imóveis em débito com o SFH.”

• O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, resolveu investigar
todos os ocupantes dos apartamentos funcionais de deputados.
Há casos até de ex-parlamentares.

• Os planos de saúde estão perdendo 250 mil clientes por ano.
De 2000 a 2003, caíram de 4,1 milhões de pessoas físicas atendidas
para apenas 3,6 milhões.

• Com o desemprego em alta numa economia estagnada é lícito
supor que os ex-clientes dos planos de saúde tenham ido para
a fila do Sistema Único de Saúde.