Parentesco bizarro

Um estudo genético encerrou a controvérsia de 200 anos: baleias e hipopótamos são mesmo primos de primeiro grau. Um mamífero de quatro patas que viveu há 40 milhões de anos e se extinguiu na era do gelo seria o elo perdido entre as duas espécies, diz o francês Jean-Renaud Boisserie, um dos autores do estudo feito na Universidade da Califórnia (EUA). Na Grécia antiga, se imaginava que o hipopótamo era parente dos cavalos. Mais tarde, pela dentição, ele foi comparado aos porcos e porcos selvagens. Hoje, a maioria dos cientistas concorda que ele é parente dos cetáceos. Só faltava a evidência genética do ancestral comum.

Barulhinho bom

A briga por uma fatia da indústria de músicas para celular deve esquentar em 2005. O sítio Ligaki acaba de fechar acordo com a gravadora Trama e a Vivo para oferecer o som original de músicas de artistas como Luciana Mello, Fernanda Porto (ao lado), Wilson Simoninha e Nação Zumbi como toque de campainha. A novidade é que os toques são os chamados true tone, que usam trechos da música com qualidade de CD. Cada faixa custa R$ 6,50 e em breve outras operadoras estarão no clube.

Sinuca de bico

Depois da polêmica, a decepção. As amostras de células-tronco retiradas de embriões humanos para ser usadas em pesquisas nos EUA estão imprestáveis. Foram contaminadas por uma proteína de origem animal. A solução seria produzir novas linhagens de células. Só que isso não pode ser feito com verba do governo americano, o grande financiador da ciência. Desde 2001, o País só permite usar células-tronco retiradas de embriões descartados por clínicas de fertilização.

Fama de mau

O Brasil já ocupava posição de destaque entre os criadores de vírus para computador. Agora o programador Marcos Velasco, 32 anos, disseminou essa fama para os celulares. Velasco, Lasco ou Lasco.A é o nome do vírus que se propaga pela conexão sem fio Bluetooth, a frequência de rádio que liga um celular ao outro, sem passar pela operadora. A ameaça das pragas eletrônicas mal começou e é pior para os chamados celulares inteligentes, que têm funções de computador.

Projeto Tietê

A Fundação SOS Mata Atlântica lança no Fórum Social Mundial um livro que registra sua história de mobilização transformada em metodologia para ser aplicada. Os mais de dez anos no monitoramento do projeto Tietê, maior projeto de saneamento do planeta, resultaram num permanente processo de educação ambiental, garantindo benefícios para a saúde e o bolso dos cidadãos. Causas comuns nem sempre são mobilizadoras. A falta de interesse ou a simples transferência de responsabilidades produzem atitudes paralisantes. Navegamos pelo tema água, questão-chave para a sobrevivência por ser escassa e estar se contaminando. Todos reconhecem sua importância, muito foi dito, campanhas e comitês proliferam. Um meandro interminável de legislação nos desafia a viver nesse planeta água. Nossa proposta foi transformada em manual de sobrevivência e entendimento de como interferir na realidade, exercitar a percepção sobre as questões socioambientais, propor a articulação com pessoas ou entidades. É impossível imaginar a construção de indicadores sem a participação cidadã. Nosso livro tem fortes componentes de realidade, mostra a relevância na fundamentação racional, realista e transparente do processo decisório.
Mário Mantovani
Diretor de Relações Institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica