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Risco Sistema de absorção de impacto e air bags são os mais afetados

No anda e para das grandes cidades é difícil encontrar alguém que não tenha sido vítima da própria distração ou da distração dos outros na direção.

Em boa parte dos casos, uma freada brusca evita a colisão. Mas, quando o impacto é inevitável, o pára-choque é a parte mais afetada. Porém, bem lixado e com uma mão de tinta, poucos percebem que o carro foi batido. É aí que mora o perigo. “Mesmo quando acontecem a menos de 20 km/h, essas batidinhas podem comprometer o sistema de absorção de impactos do veículo e até o funcionamento dos air bags”, explica José Aurélio Ramalho, diretor de operações do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi).
 
Com aparência de carro novo, sem arranhões ou lataria amas sada, esses carros voltam a rodar com a segurança comprometida. “Entre os veículos com histórico de batidas que recebemos, cerca de 10% chegam com consertos feitos pela metade”, diz Alcides Oliveira, dono da oficina T-Cinco, em São Paulo. Ele se refere aos remendos que se concentram na estética e deixam de lado a estrutura dos veículos. Entre os carros com mais de dez anos a proporção sobe para 50%. “A gente tira o pára-choque e vê o absorvedor comprometido”, diz ele.
 
O absorvedor é uma espécie de sanfona metálica que anula parte da força de um impacto no carro. “Às vezes o motorista nem sabe que o conserto foi feito assim e acha que está com um carro seguro”, diz Luiz Malieri, dono da Eurobike Special, oficina especializada na avaliação de carros seminovos. Foi o que aconteceu com Leandro Lippi Reis, 31 anos, que remendou o carro em uma pequena oficina. Seu carro levou uma pancada na traseira e ele achou que tinha resolvido o problema ao desamassá-lo. Então, uma luz de freio queimou e ele levou o veículo a uma oficina autorizada.
 
Qual não foi sua surpresa quando o mecânico o chamou até lá para mostrar o estrago por baixo do para-choque. “Chegou a empenar o painel traseiro do carro”, lembra Reis. Ele teve que bancar um segundo conserto e aproveitou para arrumar o porta-malas, que não abria de forma adequada em razão do remendo inicial.
 
“Todos os consertos precisam de avaliação profissional”, resume Ramalho, do Cesvi, que tem uma rede de 200 oficinas credenciadas no Brasil. E quem compra carros usados precisa ficar especialmente atento. Não é só beleza e mecânica que contam. Estrutura e funilaria também devem ser avaliadas.
 
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