Três anos após o lançamento do quarto volume da série de sete, chegou às livrarias de todo o mundo Harry Potter e a Ordem da Fênix – um calhamaço de 768 páginas, dividido em 38 capítulos que somam 255 mil palavras –, seguindo uma estratégia tão espetacular quanto se fazia com os discos de Madonna ou do grupo inglês Oasis. Por ordem da sua autora, a escocesa J.K. Rowling, os livros só puderam começar a ser expostos e vendidos a partir da zero hora londrina do sábado 21. Pela diferença de horário, no Brasil o circo literário foi armado às 20h01 da sexta-feira 20. Como era de se esperar, em todos os cantos do planeta o exemplar foi um sucesso de vendas e tudo indica que acumulará novos recordes. Para chegar a este repetido momento de êxtase, porém, a autora passou por crises de criatividade. Chegou a dizer que gostaria de cortar o braço para não ter de escrever mais. Brincadeirinha macabra de quem se tornou uma das figuras mais milionárias do show business, com uma fortuna acumulada em US$ 442 milhões, parte deste bolo vinda dos direitos da série vendida para o cinema. Nas telas, as estripulias do menino bruxo colheu o mesmo sucesso em Harry Potter e a pedra filosofal (2001) e em Harry Potter e a câmara secreta (2002), ambos dirigidos por Chris Columbus. O terceiro filme, Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, ganhará direção do mexicano Alfonso Cuarón.

Harry Potter e a Ordem da Fênix, que inclui a morte de um dos personagens, foi saudado com festas à fantasia nas livrarias ao redor do mundo. A primeira tiragem é de nada menos do que 13 milhões de cópias. Destas, 2,5 milhões são para a Inglaterra e 8,5 milhões para os Estados Unidos. No Brasil, em poucas horas a Livraria Cultura vendeu os três mil volumes encomendados a R$ 75 nas duas lojas de São Paulo e na filial de Porto Alegre. É a edição da Bloomsbury inglesa, com a fênix na capa. Também há a capa alternativa, mais adulta, com a figura do bruxo agora adolescente. Em até dez dias, a Cultura espera receber uma nova remessa e já registra quase mil encomendas, muitas delas da Scholastic americana, que, para muitos pottermaníacos, cria capas mais bonitas.

 Sabe-se que a Fnac – que tem lojas em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, e conserva uma política de não divulgar números – recebeu quatro vezes mais livros em relação ao lançamento anterior. Até a semana passada, depois do estouro das primeiras vendagens, havia encomendado um lote triplicado. Ao preço de US$ 29,99, no Exterior, calcula-se que Harry Potter e a Ordem da Fênix irá render aproximados US$ 390 milhões, 15% dos quais irão para a polpuda conta de J.K. Rowling. Com os livros em português, até o momento a editora Rocco vendeu 1,5 milhão de exemplares dos quatro primeiros títulos. Para o lançamento da nova aventura, prevista para 1º de dezembro, a editora mobilizou grande equipe e acionou um computadorde comando vocal com a intenção de ajudar a tradutora Lya Wylera cumprir a meta de estar com o livro pronto na data certa. Magia pouca é bobagem.