Assista ao trailer:

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TURMA DA PRAIA
A arara Blu (ao centro) e seus
amigos na aventura carioca

No auge da política de boa vizinhança dos EUA com a América do Sul, na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o gênio da animação Walt Disney criou um personagem brasileiro chamado Zé Carioca. É um pagagaio verde que se veste como um malandro de rua e exibiu o ar de sua graça em filmes como “Alô, Amigos”  e “Você já Foi à Bahia?”. Agora, 70 anos depois, o cineasta brasileiro Carlos Saldanha, um carioca que ­resolveu fazer a América e se tornou um dos maiores nomes da animação digital (é o diretor da trilogia “A Era do Gelo”), dá o troco e cria não uma, mas, sim, dezenas de aves brasileiras que prometem encantar o mundo com o desenho animado “Rio”. Com première mundial na capital fluminense no dia 22 de março, o longa  só estreia nos EUA no dia 15 de abril: pioneirismo total, portanto, do Brasil. “Rio” conta a história de Blu, uma arara-azul macho domesticada, que não sabe voar (na verdade, a ideia a apavora) e vive numa cidadezinha de Minnesota, nos EUA. Ele acredita ser o último de sua espécie até descobrir a existência de uma fêmea no Brasil, país onde nasceu – mais precisamente no Rio de Janeiro. A arara protagonista vem, então, para a sua cidade de origem.

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 Blu (dublado por Jesse Eisenberg) encontra no Rio tal fêmea, Jewel (voz de Anne Hathaway), mas logo o casal passa a ser perseguido por comerciantes de aves. É o início de uma aventura que leva o espectador a cenários como a estátua do Cristo Redentor, a Pedra Bonita,  o Sambódromo, o bairro de Santa Teresa e as praias da zona sul, pretexto para se transformar os cartões-postais da cidade em um festival de imagens digitalizadas e em 3D. “Muitas animações têm, como cenário, locais conhecidos internacionalmente como a China em “Kung Fu Panda” ou Paris em ­“Ratatouille”. Filmes passados no Rio são raros e penso que essa é uma boa oportunidade de mostrá-lo um pouco ao mundo”, disse Saldanha numa prévia da obra em Los Angeles.

Para mostrar com fidelidade não apenas as paisagens mas também  o cotidiano carioca, animadores do Blue Sky Studios, divisão da 20th Century Fox, passaram uma temporada no Brasil. Eles fizeram o tradicional voo de helicóptero sobre a orla, saltaram de asa-delta e até saíram em escola de samba. Um desfile na Sapucaí é reproduzido no desenho e, segundo o diretor, a sequência representa um grande desafio: “Não foi fácil, e essa talvez seja a melhor coisa que eu já fiz no Blue Sky. Os pássaros com todas aquelas plumagens foram difíceis de desenhar. Trata-se de uma produção muito complexa.” O autor da trilha sonora foi criteriosamente escolhido para exaltar a brasilidade embutida no projeto: o pianista e compositor Sérgio Mendes, expoente da bossa nova radicado nos EUA desde a década de 1960. Uma versão de “Mas Que Nada”, de Jorge Ben Jor, abre um dos trailers do filme. Parceiro de Mendes, o rapper Will.i.am, do grupo Black Eyed Peas, compôs duas canções e emprestou sua voz a um personagem: o galo-de-campina Pedro. A equipe de dubladores tem até um brasileiro: Rodrigo Santoro.

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“Animações passadas no Rio são raras e penso que essa é uma boa
oportunidade de mostrar um pouco da cidade”

Carlos Saldanha, diretor

Não faltam referências pessoais: como a arara-azul, o cineasta de 42 anos, pai de três meninas, é um expatriado que tem medo de voar. “Saldanha ama o Brasil e, mais do que isso, é carioca. Então seria natural que, em algum momento, fizesse um filme passado no País”, diz Aída Queiroz, uma das diretoras do festival Anima Mundi. Nascido no subúrbio, ele foi ainda jovem para os EUA, com a finalidade de estudar animação na School of Visual Arts, em Nova York. Radicado no país desde então, experimentou uma ascensão meteórica. Em 1998 trabalhou no curta de animação “Bunny”, dirigido por Chris Wedge, de quem viraria sócio no Blue Sky Studios. Entre o primeiro “A Era do Gelo”, de 2002, que ele codirigiu com Wedge, e o último filme dessa trilogia, quando seu nome já era forte em Hollywood, passaram-se apenas sete anos. As duas sequências de “A Era do Gelo”, aliás, estão na lista das 50 maiores bilheterias de todos os tempos. Com todas as suas credenciais, “Rio” promete se alinhar facilmente entre essas obras vitoriosas.

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