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IMÓVEIS
Mansão em Brasília faria parte dos bens da família
 

O ex-ditador Alfredo Stroessner, que morreu em Brasília em 2006, acumulou fortuna nos 35 anos em que governou com mão de ferro o Paraguai. Uma herança avaliada em mais de US$ 3 bilhões e que, segundo investigações da Procuradoria paraguaia, vinha sendo administrada secretamente por seu filho e herdeiro, o coronel Gustavo Stroessner Mora,  militar reformado, que enfrenta agora um câncer terminal. A iminente saída de cena de Gustavo passou a alimentar ainda mais uma polêmica sobre o destino dos bens da família, que incluem contas em paraísos fiscais, ações de empresas e imóveis em nome de terceiros. No Brasil, Stroessner chegou a ter propriedades, como uma casa de veraneio em Guaratuba, no litoral paranaense, uma fazenda em Minas Gerais e um terreno na Barra da Tijuca, no Rio, além de cavalos de raça. “Toda essa fortuna foi obtida de forma ilegal”, afirma o advogado e ex-preso político Martin Almada, autor de uma representação à Justiça paraguaia que tenta reabrir o processo de corrupção contra Gustavo.

Em junho passado, um juiz paraguaio decidiu arquivar o caso por prescrição. “Crimes contra o Estado não prescrevem e as provas contra os Stroessner são fartas”, diz Almada. Investigações preliminares encontraram, por exemplo, seis contas bancárias nos bancos suíços UBS e Unione di Credito, em nome de Gustavo e de pessoas próximas, como Hirán Delgado Von Leppel, ex-presidente do Supremo Tribunal do Paraguai e advogado da família. No levantamento dos bens, também há menção a uma conta no Banco do Brasil, sem numeração. 

No Brasil, por morosidade ou razões políticas, não se avançou na apuração. Sabe-se apenas que Gustavo e o pai viveram durante anos numa mansão com oito quartos, piscina e elevador privativo, avaliada em R$ 10 milhões, localizada na restrita Península dos Ministros, a área mais nobre do Lago Sul, em Brasília. No processo de separação de Gustavo e sua ex-mulher Maria Eugênia Heikel, em meados da década de 90, foi localizado um imenso terreno na reserva do Itanhangá, na Barra da Tijuca, no Rio. O imóvel entrou na divisão de bens do casal e depois foi vendido. Na ocasião, o advogado estimou em US$ 60 milhões o patrimônio de Gustavo e Maria. Agora os paraguaios querem saber onde essa fortuna foi parar.

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