Na quarta-feira 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ao Palácio os dois principais caciques do PMDB – o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney – além dos líderes do partido no Senado, Ney Suassuna, e na Câmara, José Borba. Os quatro lá chegaram pensando que Lula, enfim, comunicaria quais os ministros que escolhera para representar o PMDB no governo. Nada disso. O presidente apenas adiou novamente a conversa final. Sarney, Renan, Borba e Suassuna ficaram com cara de tacho. Irritados, viram ali se repetir o mesmo comportamento que Lula teve no início do governo, quando adiou por um ano a entrada do PMDB no Ministério. Saíram convencidos de que, seja lá quais forem os nomes dos ministros, o relacionamento de Lula e do PT com o PMDB não mudará. Daí Renan ter declarado no dia seguinte que uma aliança com o PT, visando as eleições de 2006, terá que “ficar para depois. Num primeiro momento é importante unificar o PMDB”. Ou seja, se Lula queria a reforma ministerial para amarrar a aliança para 2006, agora vai ter que esperar: trincou a confiança no relacionamento.