O magnata mexicano Carlos Slim Helu, dono da Telmex, demorou a desembarcar por aqui, mas chegou com tanta força que está redesenhando o mapa das telecomunicações no País. Sua terceira grande tacada aconteceu na segunda-feira 28, quando foi anunciado seu ingresso na Net, a maior empresa de tevê paga do Brasil. Slim pretende investir até US$ 370 milhões na companhia. O comando será compartilhado com a atual controladora, a Globopar (empresa-mãe das Organizações Globo).

A ofensiva sobre território verde-amarelo começou para valer em agosto de 2003, quando outra empresa sua, a America Movil, adquiriu a operadora de celulares BCP por US$ 625 milhões. Hoje, a companhia é a segunda maior do mercado. Seis meses depois, o magnata colocava em seu portfólio a grande jóia das telecomunicações brasileiras, a Embratel, por US$ 360 milhões. Os negócios seguem um padrão: BCP, Embratel e Net viviam graves crises financeiras no momento da aquisição. Uma tática que rendeu a Slim um império invejável no Brasil. A Net renegocia sua dívida de US$ 1,5 bilhão. A empresa sustou os pagamentos aos credores em 2002.

Carlos Slim é o homem mais rico da América Latina. Segundo o ranking da revista Forbes, ele possui um patrimônio de US$ 13,9 bilhões. Sua espetacular trajetória no mundo dos negócios começou no balcão da modesta loja de roupas da família. A julgar por seus movimentos, ele ainda quer mais.