A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já foi conservadora, adesista, combativa (contra o poderoso Lula sindicalista), inerte e até folclórica, especialmente na gestão de Mario Amato, um frasista capaz de falar para a então ministra Dorothéa Werneck que ela “nem parecia mulher”, tamanha a sua inteligência. Agora, a Fiesp está às vésperas da eleição de 25 de agosto, que decidirá entre o candidato da oposição, Paulo Skaf, e Claudio Vaz, candidato da situação, assim classificado por ser o indicado pelo atual presidente, Horácio Lafer Piva, que encerra agora seu segundo mandato, de três anos cada um.

Skaf quer recuperar a voz e a participação da entidade, cada vez menos relevante no cenário político. Vaz segue Piva, mas também quer mudanças, mais ação. Os dois estão numa disputa acirrada, com Skaf – pelo número da inscritos em sua chapa – à frente. Vaz discorda, diz que os números apresentados por seu concorrente são questionáveis e que eleição, seja qual for, se decide na apuração dos votos dos 122 sindicatos com direito a participar da escolha. Perigo para um e outro é que a inscrição é aberta, mas o voto fechado, o que permite imaginar que a infidelidade dos eleitores deixa os dois numa posição vulnerável.

Empresários bem-sucedidos, nenhum dos dois precisaria se submeter a tamanho stress. Mas ser bem-sucedido, construir um patrimônio são feitos que os dois já conseguiram. O que certamente pesa também – além da revitalização da entidade – é o prazer de experimentar um poder que vai além do portão de suas empresas e depois, quem sabe, as escadarias do prédio da Fiesp, na avenida Paulista.