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As autoridades egípcias detêm o dirigente da oposição egípcia e prêmio nobel da paz Mohamed ElBaradei. Segundo a rede de televisão Al-Jazeera, ElBaradei estava nesta sexta-feira em uma mesquita do bairro de Giza, e, ao tentar deixar o local, foi impedido pela polícia, que também proibiu a saída do dirigente da oposição Ossama Ghazali. A atuação ElBaradei, que estava no exterior e retornou na última quinta-feira (27) ao Egito, é mais um capítulo na onda de protestos dos egípcios contra o presidente Hosni Mubarak, que lidera o país desde 1981.

Pelo menos 20 membros da Irmandade Muçulmana, maior força de oposição no Egito, foram detidos na madrugada de quinta para sexta-feira, indicou à AFP o advogado do movimento, Abdelmoneim Abdel Maqsud. Entre as pessoas presas em suas residências estão cinco ex-deputados e cinco membros do bureau político, cujos dirigentes mais conhecidos são Essam El Eriane e Mohammed Mursi.

A Irmandade Muçulmana havia anunciado sua participação nas manifestações "de cólera" previstas para esta sexta-feira, depois das orações semanais, para protestar contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Até o momento, o tradicional grupo havia apoiado as passeatas sem grande ênfase, e deixado a critério de seus membros a decisão de participar ou não delas.

Nos protestos inspirados pela recente deposição do presidente tunisiano Ben Ali, centenas de pessoas já foram presas no Egito.Em um comunicado, o ministério do Interior "reitera sua advertência contra tais ações e afirma que medidas decisivas serão tomadas para enfrentá-las, de acordo com a lei".

Internet

Em outra ação das autoridades para tentar conter a onda contestatória, os serviços de internet e telefonia – canais pelos quais a oposição vêm organizando os protestos – foram impedidos de funcionar normalmente.

A internet estava inacessível na manhã desta sexta-feira no Cairo, informaram vários usuários e hotéis, no dia em que foram marcadas novas manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak. "A internet está cortada hoje no Egito", declararam os recepcionistas de um grande hotel da capital, confirmando o alerta dado por outros estabelecimentos.

Vários usuários procurados pela AFP em diferentes pontos do país também afirmaram que não estão conseguindo se conectar à rede. A internet é um instrumento muito utilizado pelos militantes desde terça-feira para convocar protestos exigindo a queda do regime de Mubarak. Novas manifestações foram convocadas para esta sexta-feira em todo o país.